Reflexão
Vivemos tempos conturbados na educação, tal como no resto da sociedade, tempos de alguma hesitação e medo. As salas de professores, em final de ano lectivo, mais parecem ”velórios”. Vejo desânimo, exaustão, desgaste, caras tristes e cansadas. Há luto oculto, há sofrimento, a tirania instala-se e adensa-se. O que mais me custa é o conformismo, a aceitação do inaceitável, custa-me ver homens e mulheres bons subjugados, por isso, lembrei-me de trazer à reflexão uma frase de Martin Luther King citada, nos últimos tempos, por alguns amigos:
“O que mais me preocupa não é o grupo violento, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons, dos honestos."
Sérgio !
ResponderEliminarA frase do Luther King é de um significado muito grande, de facto, se os homens bons e honestos não se calassem tantas vezes a escola e o mundo eram outros.
Grande abraço,
Filipe
Luís Sérgio:
ResponderEliminarSilenciamo-nos enquanto podemos falar (wrong option!). E quando já não pudermos dizer nada? Isto faz-me recordar aquele velho poema que todos os Professores (homens bons e honestos como diz o Filipe) deveriam ter sempre presente:
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Eduardo Alves da Costa
in “No caminho com Maiakóvski”,
São Paulo, Ed. Círculo do Livro, 1988.
Grande Abraço!
Caro Luís !
ResponderEliminarRealmente é preocupante o silêncio dos bons. Vamos assistindo à humilhação e tentativa de silenciamento de colegas e amigos como se nada fosse. Será que perdemos a coragem ,a fibra. Confesso tristemente que até já chorei por não conseguir reagir no momento próprio. Aproveitemos as férias para reflectir : Para quê tanto medo se temos razão.
Gostei muito dos comentários do Filipe e do Armando. O poema que o Armando deixou diz-nos tudo. Reflictamos também nele.
Mil beijinhos e nunca desistas .
Professora e amiga.
Caro Luís
ResponderEliminarInfelizmente não posso deixar de te dar razão. É esse o espírito que reina, sem que que se veja uma luz forte e esperançosa ao fundo do túnel, embora algumas experiências sejam gratificantes e verdadeiras pedradas no charco, tal como aquela que relatei ("postei") no espaço que tu conheces.
Estou a escrever este comentário minutos depois de me ter cruzado com a ex-sinistra da Educação... imagina como está o meu estômago.
O vídeo/música é muito bonito(a). O gladiador morreu e assim alcançou a liberdade... espero que o consigamos de outra forma!!!
Um grande abraço para ti e para os bloguistas que por aqui passam...
Caro João !
ResponderEliminarDepois de um encontro desses, nem sei como conseguiste postar, imagino que os vómitos tenham sido muitos e por longo tempo, mas que encontro ?!
Vê lá se começas a andar por sítios não poluídos e sem excrementos, essa sinistra coisa, representa o que de mais abjecto já passou pelo ME e deixou escola, embora com sorrisos delicodoces .
Grande abraço,
Luís Sérgio
Caro Luís Sérgio !
ResponderEliminarSe os bons e honestos acordarem rolarão cabeças de muitos tiranos.Se continuarmos com medo , como diz o poema: " arrancam-nos a garganta".Eu cá, prefiro lutar." Vitória ou morte !"
Grande abraço e boas férias !
Professor Revoltado
Do Óscar Martins !
ResponderEliminarVia Email :
Caro Luís Sérgio,
Realmente, a situação está pouco “interessante”.
Em vez de estabilizar (ou melhorar!), tem vindo a piorar.
E não me parece que as perspectivas sejam famosas.
Um abraço,
Óscar