Maus
tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização. Texto 3
O
Homem e as suas circunstâncias.
A trovoada aproxima-se e, agora, que fazer? (Assim
terminava o texto 2)
Partir o
vaso? Mudar de vaso? Lançar uns pozinhos à água para evitar a contaminação? Que
fazer, então?!
Há muito
para fazer a e a tarefa não é nada fácil. Em primeiro lugar, temos de partir o vaso, mudar de vaso, necessitamos como disse recentemente numa conferência o professor José Pacheco – Fundador da Escola da Ponte –:
“ Rever o paradigma de
escola, as escolas são pessoas e as pessoas
são valores”.
A escola que temos é a escola da
desumanização, a escola da anarquia selectiva, a escola da não pessoa e do não
professor, a escola do vazio cultural e hedonista que nem ensina nem educa.
Professores, funcionários das
escolas, pais e alunos têm de se unir e lutar por uma Escola Nova, uma Escola
Pública Democrática assente numa concepção de humanidade e justiça, em que
liberdade implica para todos e cada um igualdade e reciprocidade. Urge
construir uma escola com seres capazes de agir e pensar respeitando os outros e
tudo e o todo que é de todos. Precisamos de abolir das nossas escolas o hedonismo do eu que
se sobrepõe a todos e tudo.
É um vasto e
difícil programa, repito, mas, enquanto tal não é possível, e sem perdermos de
vista o que referi atrás, tendo em mãos um problema grave, no imediato há que
enfrentá-lo, por isso, deixo-vos com algumas ideias que me parecem importantes:
-
Alertar, sensibilizar todos, evitar o silenciamento e negação do que nesta
matéria se vai passando nas escolas.
- Envolver professores, pais,
funcionários, direcções das escolas, alunos e comunidades é fundamental para exterminar
o problema.
-
Ensinar /educar para os valores
-
Ensinar, educar e formar para a diferença.
- Ensinar/formar para
a não-violência e para a mediação de conflitos todos os que participam na vida
da escola.
-Ensinar e formar para os uso
correcto e responsável da internet e das redes sociais.
- Fazer formação e aconselhamentos contínuos.
Todos devem saber como identificar os sinais de aviso e compreender os
princípios que os sustentam.
- Acesso fácil aos
técnicos e especialistas.
-Estar atento, muito atento e denunciar toda e qualquer tentativa de
maus tratos pedindo ajuda ou actuando se tal estiver ao nosso alcance.
Bem sei, que
ao ministério da deseducação deveríamos responder: “Olho por olho, dente por dente.” Mas, como hoje não vos quero
falar do agressor, prefiro terminar com optimismo. Com toda a razão, alguns
afirmam que, “ um Homem é sempre o Homem e as suas circunstâncias,” então é
preciso alterar humanamente as circunstâncias, para ser verdade:
“Não fazer ao outro aquilo que não queremos que nos façam
a nós!”
Reportagem vídeo do painel em que participei. (Por razões
técnicas a minha intervenção não ficou toda, mas vale a pena ver e ouvir com
atenção todas as intervenções):