quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Talibans


“Portugal tem, pelo menos, três talibans no Governo: Gaspar, Passos e Crato. Vivem obcecados por um problema circunstancial, financeiro, sem entenderem que os cortes cegos em áreas estratégicas, como é a educação, comprometem o futuro e pioram o imediato. Do seu consulado vão resultar jovens menos autónomos e felizes e adultos mais pobres e desesperados. É inaceitável para Portugal. “

Quem o afirma é o professor Santana Castilho em crónica
no jornal "Público"
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um dia na escola


Um dia na escola.
Uma espécie de diário.
Numa primeira aula do ano lectivo anterior.

           O despertador tocou, - “bolas, que bem que dormia.“ Recomeça a escola, férias, como adoro as férias! Pensei. Quem me dera fazer o que quero. Será possível, algum dia será possível? Acredito que sim, afinal, nascemos para a VIDA, para SER, nascemos para VIVER, “Nasci para Nascer”, como escreveu o Neruda, o Pablo. Nascemos para uma vida de qualidade e com sonhos a concretizar, assim o queiramos. Regresso à escola, a um lugar onde fomos felizes, onde fui feliz. Como dizia, recentemente, um amigo e colega: “O ensino, a educação perdeu o encanto, foi-se a vontade de fazer mais e melhor, hoje, cumpre-se, piamente, a expiação de um pecado que não cometemos.” Há culpados, de certeza. Não somos nós, professores e alunos, não somos nós o coração da escola. Existe em Portugal uma periferia medíocre que, no afã de copiar a Europa, vai destruindo a vida dos homens e mulheres que trabalham na escola e não só. No sonho de uma eterna juventude jurei que seria feliz onde quer que estivesse, por isso, juro, juro-vos, que voltarei a ser feliz na escola, espaço outrora de amizade e são companheirismo. Hoje, resvalou para o lodaçal da escravatura, da desconfiança, da autocracia, da bufaria e do medo proclamado e instalado. Mas, não deixarei que me roubem o futuro, não permitirei que o dinheiro de uns quantos vilãos e trapaceiros desmiolados me deixem, nos deixem, sem valores e sem atitudes.A “minha” escola não é um quartel, não é um conglomerado de caixotes para formatação de mão-de-obra dócil, escrava e sem horizontes. A “minha” escola, a nossa escola, é um espaço de transformação, não de conformação, a “minha” escola prepara para a vida num humanismo do ser em devir. Na “minha” escola há homens e mulheres com todo o direito e em toda a plenitude. Há homens com futuro, sim! Há futuro se o agarrarmos com ambas as mãos e o moldarmos e, por ele, ousarmos trepar a íngreme montanha da vida.
Uma aula que começa, “caixote 28”, barulho de comboios, linha do comboio a escassos metros, barreiras de som não há, infernal barulheira do exterior, do pseudo pátio, uma espécie de sala, numa espécie de escola. Hoje quero falar-lhes do silêncio, do seu valor e importância na aprendizagem e comunicação. Calor, muito calor, eles e eu a torrar a aguentar no estorricado caixote. Olho-os (os alunos) bem nos olhos, pergunto, quero saber mais, quero ver para lá do que vejo. Há olhos que me buscam, procuram a felicidade, demandam o futuro, espreitam-me. - Marca muitos trabalhos de casa? Não respondo logo, demoro a resposta. Que espero deles? Vejo-os. Olho-os mais uma vez, uma vez e outra. Lá fora, enorme bagunça, outro comboio. Maldito avião, digo em voz alta. Um coro, espanto, admiração, “Um avião professor?!”- Um avião, mas alguém duvida! De novo o silêncio. Continuamos. Ouve-se o som da campainha, mas o que temos que ouvir é o silêncio. Pensamentos mais pensamentos, ainda não terminei. Ninguém sai. Juro que seremos felizes, assim o quero, assim o queremos.

Setembro de 2011.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O Feitiço da Índia.


Enquanto não arranjamos um feitiço (está próximo) para corrermos de vez com os palhaços que nos desgovernam, vamos lendo este feitiço, vale a pena.

“Na sexta-feira falei aqui de um belo livro de viagens sobre a Índia – mas também há ficção passada neste país misterioso. O mais recente romance de Miguel Real, lançado há poucos dias no mercado, chama-se justamente O Feitiço da Índia e conta a história de três homens que se deixaram encantar não só por esse país, mas pelas suas mulheres irresistíveis. Um deles foi com o Gama e as primeiras naus e por lá ficou. O segundo deixou a família em Lisboa, partiu para Goa para fazer dinheiro e apaixonou-se pela filha de um brâmane. E o terceiro é o seu filho, que parte à procura do progenitor desaparecido e acaba enredado na mesma teia. Retrato fascinante de Goa e da Costa do Malabar em três épocas marcantes, esta é uma obra bela e cruel, ousada e sensual.”

Maria do Rosário Pedreira, no blogue: HORAS EXTRAORDINÁRIAS

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A não perder !


“A Nini de Pedro e a linhagem de Crato”, por Santana Castilho

“Assim começa o pior ano-lectivo da democracia, para os que sobrevivam a Passos e Crato.

Crato, interrogado no “Sol” sobre as causas do despedimento colectivo de 5.147 professores, disse que isso era consequência de “várias coisas”, mas só referiu uma: “… redução da população escolar em cerca de 200 mil alunos nos últimos anos…”. Quando voltou ao mesmo na “TVI”, manteve o número, mas clarificou o período: três últimos anos. Ora ou as estatísticas dos serviços que dirige estão erradas, ou mente. Eis os números (GEPE/ME, citado por PORDATA): no ensino básico tivemos um decréscimo de 10.000 alunos (1.051.384 em 2008 e 1.041.384 em 2011); no secundário registou-se um aumento de 80.265 alunos (289.714 em 2007 e 369.979 em 2010, números usados por não haver dados de 2011); e no pré-escolar verificou-se um aumento de 1.618 alunos (141.854 em 2008 e 143.472 em 2011). Será certamente oculta a ciência a que o matemático insigne recorreu para falar como falou. À Estatística não foi, certamente.

Crato já mostrou ser um acrobata dos melhores com as piruetas que deu desde os tempos do “Plano Inclinado”. Mas não é convincente como ilusionista. “
Foto : Luís Costa
 

sábado, 8 de setembro de 2012

Tróica fora daqui!


Que se lixe a tróica e o governo que a serve!
É preciso fazer qualquer coisa de extraordinário. É preciso tomar as ruas e as praças das cidades e os nossos campos. Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos. O ruído do sistema mediático dominante ecoa no silêncio, reproduz o silêncio, tece redes de mentiras que nos adormecem e aniquilam o desejo. É preciso fazer qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o afunilamento das ideias, contra a morte da vontade colectiva.

 Retirado da convocatória da manifestação - TEXTO COMPLETO ( Clica Aqui !)
 
 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012