Dentro do labirinto
do labirintodonte
há um gigante
a guardar uma ponte.
( Ainda hoje me pergunto o que seria )
“ Não te preocupes com o que o presidente quer dizer, escuta apenas o que diz. E se não compreenderes o que diz não te preocupes.”
“ Não me preocupe? Não me preocupo como?”
“ Vai dar uma volta, arejar, e voltas a mergulhar nas grelhas e nos relatórios num outro dia qualquer.”
“Hum…”
“Hum, nada.”
“Hum…”
“Sabes o que é um condor?”
“ Não exactamente…”
“É uma ave de rapina. Vive em Belém, lá bem nos picos. É capaz de levar um cordeiro pelos ares.”
“E?”
O Aníbal passou-me a folha. Era um microconto de Maria Rodrigues Vilar “chamado “Como destruir a escola. Uma aventura sem lei”. História trágica; dantesca; fraude iníqua; com terror sem fim, ou coisa que o valha. Com prefácio do insigne, douto, professor e mestre Sabetudo, sobretudo, de avaliação, engenheiro de domingo, senhor Sousa, e nela estavam escritas apenas as seguintes palavras:
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
“ Parece giro. O homem sonha com a avaliação, mas, quando acorda descobre que, depois de tantos avanços tecnológicos, há coisas e pessoas que ainda estão na idade da pedra.”
“Porreiro Pá, nada mau.”
Adaptação de texto a partir do livro de Rui Zink : O Aníbaleitor
Nota final: A compreensão deste texto só será total se for acompanhada da leitura do post anterior: O LACAIO.
EXCEPCIONAL caro Luís Sérgio!
ResponderEliminarAdaptado ou não de um texto, o mais surpreendente é que o conseguiste adaptar à nossa realidade. Ou antes, é a nossa realidade!...
PARABÉNS! MUITOS PARABÉNS!
Grande abraço
Já que o homem sonha (não o homem do teu post, mas o homem NÓS!) e sempre que o homem sonha o mundo pula e avança, quero deixar-te aqui um poema de um excepcional pedagogo:
ResponderEliminarPelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria
ao que desconhecemos
e ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
─ Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
Pelo sonho é que vamos
Lisboa, Ed. Ática, 1992
Caro Colega !
ResponderEliminarExcelentes texto, o do lacaio está também muito bom. Para completar a ideia da faceta "obtusa de Cavaco deixo este linK:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/ensino/presidente-procura-virgula-fora-do-sitio
Presidente procura vírgula fora do Sítio.
Num gesto de boa vontade diremos que se trata de má-fé. Mas o Luís já respondeu e muito bem.
Obrigado !
Grande abraço de solidariedade !
Pedro
Pedro
Sérgio !
ResponderEliminarAfinal, Dom cavaco está no seu melhor. ele sempre foi o fiel amigo de Sócrates. Nunca esperei nada de bom deste senhor, nunca mereceu nem deve merecer a consideração dos professores. Lembro-me bem dos pareceres do DR. Garcia Pereira que apontam diversas inconstitucionalidades na lei da avaliação e não só, Que fez o senhor António ? Acaso, mandou fiscalizar a lei ?! Pudera. Agora sim, já se preocupou, este senhor tem a mínima ideia do que esta tralha representa para as escolas ?
Esta geração de políticos não presta, temos de correr com eles.
Grande abraço,
Gostei muito dos textos.
Filipe
Caros amigos !
ResponderEliminarMuito obrigado pelo vosso contributo, continuemos pois a sonhar, porque enquanto sonhamos : "partimos, vamos e somos."
Grande abraço
Luís Sérgio
Caro Luís Sérgio !
ResponderEliminarEste senhor desiludiu-me completamente.
Obrigada pelos textos.
Bjs,
Professora