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domingo, 31 de janeiro de 2016

Criar um tiranete. Parte 2 de 2.

dinossauro dictatorius.
Foto: L.Sérgio

                A verdade sou eu. Quando o outro disse “ O Estado sou eu”, disse a mesma coisa. Só que meteu a polícia para não haver dúvidas e outros a dizê-lo também.

Vergílio Ferreira, PENSAR.

Como criar um tiranete. Parte 2 de 2.

- Isso tudo está muito certo, mas o que não percebi, foi essa história do complexo de gato.
- Na verdade, só quando souberes o que distingue os gatos dos cães compreenderás verdadeiramente o que digo.
- Agora é que fiquei “com a pulga atrás da orelha”, desculpa o dito, mas como falamos de cães e gatos parece-me apropriado, mas, afinal, que queres dizer com isso?
- Meu caro e ilustre amigo, fica sabendo que o que distingue os gatos dos cães é Deus, em concreto a atitude perante o divino, e já vais perceber porquê:
- “ O cão, o dono leva-o a passear, leva-o ao veterinário, alimenta-o, enche-o-de festas, brinca com ele, etc., etc.. E o canídeo olha para o dono e pensa: “Este deve ser um Deus”. A partir daí obedece-lhe quase cegamente e segue-o por toda a parte. Não é por acaso que se diz que: “o cão é o melhor amigo do homem”, ou muitas vezes ouvimos falar em “Submissão canina.”
            O gato, o dono leva-o ao veterinário, dá-lhe comida, brinca com ele, faz-lhe festas, mima-o a toda a hora, coloca-o ao colo se for caso disso, cede-lhe o lugar no sofá em frente à televisão, deixa que ele se torne o rei e senhor da casa e o gato mira-se, lambe-se todo e mia, autoritariamente, enquanto pensa: “ Devo ser um Deus”.
- Mas os gatos podem ser muito mais que isso…
- Tens razão, é verdade, os gatos podem ser símbolo de resistência, de independência e liberdade, mas isso é outra raça de gatos, aquela de que te falo hoje, é a dos gatos tiranetes, maus e fedorentos por natureza, muitas vezes só com força de tigre os conseguiremos vencer. Por isso, meu bom amigo, sempre que vislumbrares, ou até te cruzares com um espécimen destes transforma-te em tigre, deixa fluir o teu lado felino e sem embarcares em “cantos de sereia”, espera serenamente o momento de lhe lançares as garras e destruíres a garimpa fedorenta da besta. Mas cuidado, muito cuidado, mesmo depois de morto é necessário que enterres os restos numa cova funda e longe, muito longe do Espaço Democrático, pois o seu cheiro de hiena fascista pode não ser percetível por todos e dar azo a confusão.
- E, agora, é tempo de voltarmos ao início da nossa conversa: O Tiranete nasce ou aparece?
- Os leitores que respondam, por mim, já nem sei que te diga…a propósito destas coisas, fiquei com outra dúvida: Quem faz a escultura, o barro ou o artista?
- Pensa, meu amigo, pensa… é grátis.