quinta-feira, 23 de julho de 2009

Escutemos o vento !

Vou vadiar…, com muitas leituras, muito sol, praia e montanha, conciliar o inconciliável da reflexão, partir sem rumo. Atento, muito atento ao que se está a passar na educação e no país. Voltarei daqui a um mês. Até lá: BOAS FÉRIAS! Divirtam-se, recuperem energias, porque tudo indica que:“ A maré se vai levantar!” E, sobretudo, como canta o Dylan, vejam e escutem o vento…quem sabe, talvez encontremos novas ideias, novas maneiras de pensar e ver o mundo. Trilhemos novos caminhos. Escutemos o vento, meus amigos, as respostas estão lá!
Com o agradecimento público à Maria João Martins que me recordou esta bela música, aqui ficam o o slideshare com a respectiva tradução e o vídeo para ver e ouvir .

quarta-feira, 15 de julho de 2009

DELENDA EST SÓCRATES !


Senhora ministra. Ilustre e veneranda senhora DONA MILU, permita-me caríssima que a trate assim. Ouvi-a há dias na televisão, falava na região da Extremadura, na vizinha Espanha, a propósito dos exames referia que deveríamos estar todos orgulhosos com os resultados. Confesso que desconfiei, achei logo que, no manto diáfano da sua fantasia se escondia uma grande mentira acompanhada de uma dose maior de hipocrisia. Mas enganei-me, assumo e confesso publicamente que me enganei…
Passei estes últimos quatro anos em manifestações, greves e outras formas de luta contra a sua política educativa e dos restantes metralhas da educação. Pensei até agora, bendita seja a luz do senhor, que me permitiu ver mais longe (vale mais tarde do que nunca, não é ?!) que era “fria, maquiavélica e calculista”, como li num livro. Ousei pensar e dizer que ficaria na História como a pior ministra de sempre e a coveira do sistema educativo. Pensei-a feita à imagem e semelhança do Metralha Mor ,senhor Sócrates. Afinal nada disto é assim, como foram vis os meus pensamentos.
Mas, afinal, porque mudei de ideias? Por causa dos números senhora, os números que sempre que pôde manipulou em favor do poder nestes quatro anos. Confesso que não foram só os números, mas também o facto de vós, veneranda e ilustre MILU, falastes de Espanha, mais concretamente da região da Extremadura, e dizer que nos devíamos sentir orgulhosos. Aquilo é que foi preciso coragem, aquilo é que foi amor à pátria, parecia a Padeira do Largo do Rato nos celeiros de Espanha. Mas vamos ao que interessa, que o post está a ficar muito grande e depois ninguém o lê. Sabes caríssima MILU, agora, até já te trato por tu. Também eu gosto de classificações e rankings e, ao ouvir-te na Extremadura,elaborei umas classificações e rankings ibéricos que me espantaram e fizeram mudar de ideias. Vamos aos factos:
Somos o país da península ibérica que pior trata os professores,
melhor que nós só Espanha;

Somos o 2º país da península ibérica com melhores resultados escolares, à nossa fente só os espanhóis;

Ao nível dos salários dos professores estamos num honroso 2º lugar;

Somos o 2º país da península ibérica na qualidade do ensino;

Somos o 1º país da península ibérica que mais obriga os estudantes a ir tirar cursos ao estrangeiro, até estamos à frente de Espanha;

Somos o país da península ibérica que vende mais computadores Magalhães , os espanhóis ainda sonham com o Colombo e nós já temos o Magalhães;

Os espanhóis gostam de tourada, mas nós levamos os touros até ao parlamento, campeões da dignidade e respeito;

E, para terminar, a ideia até nem é minha é do professor David Levy do blog: Lisboa Tel Aviv, graças ao governo do senhor, ainda não sei se é engenheiro, Sócrates somos agora o SEGUNDO PAÍS MAIS RICO DA PENÍNSULA IBÉRICA.
E, isto não é tudo, mui excelentíssima e veneranda DONA MILU. Se depois de 4 anos de desgovernação socrática ainda existimos como país, foi porque V. Exas. não existiram, tudo não passa afinal de um pesadelo de que só acordaremos a 27 de Setembro.Por isso, eu, Professor afirmo: DELENDA EST SÓCRATES!
PS
Para os menos versados em latim, numa tradução livre, “Delenda est Sócrates!” pode e deve ler-se: É preciso destruir Sócrates!

sábado, 11 de julho de 2009

Entrevista a Miguel Real


A propósito de A MINISTRA, a "Notícias magazine", revista do DN, publicada aos sábados , traz hoje uma interessante entrevista com Miguel Real , a não perder...
Para aguçar o apetite aqui ficam alguns excertos:

"NAS ÚLTIMAS décadas, Luís Martins fez nascer Miguel Real, pseudónimo com que publicou mais de duas dezenas de romances, ensaios e peças de teatro. Agora, os papéis inverteram-se e Miguel Real deu «voz» às preocupações do seu autónimo – Luís Martins é professor de Filosofia na Escola Secundária de Mem Martins. Uma conversa sobre ensino, cultura e literatura com o autor do livro A Ministra (recentemente lançado pela Quid Novi), uma sibilina crítica à política de educação do actual governo, corporizada numa mulher fria, calculista e maquiavélica.

Descontando o perfil pessoa da «sua» ministra, há uma evidente ligação à actualidade da política de educação em Portugal...

Sim. A política de educação seguida por este governo, pelo primeiro-ministro e pela ministra, foi feita de maneira ostensiva, burocrática e sem diálogo, com prazos superapertados. Estamos perante uma educação sem valores, a trabalhar apenas para a tecnologia. O governo pretende que os professores façam do aluno exclusivamente um homem tecnológico e num prazo de quatro ou cinco anos. É uma política pombalina. O marquês de Pombal quis à força, prendendo e exilando pessoas, transferindo saber estrangeiro, que ficássemos ao nível da França e da Inglaterra. José Sócrates tem esse sonho pombalino, com a única diferença de que não pode prender nem matar – nem o quer fazer com certeza. Mas quer, ferozmente, desenhar um homem tecnológico, vazio de alma, não investindo na cultura. A educação é o coração da cultura, a alma cívica. E estamos simplesmente a dar matéria e com os níveis de exigência a baixar. Ou seja, a preparar um aluno a ser apenas apto para executar uma profissão.

E isso é necessariamente mau?

É mau porque estamos a criar pessoas como se fossem robôs. Na escola pensada por José Sócrates não se quer dar valores nem cultura, apenas o mínimo de princípios cívicos que fazem parte do politicamente correcto tecnológico. A escola deve dar um ensino humanista."

Para ler entrevista completa . CLICA AQUI.

Recordar Agostinho da Silva - Reformados.

Num comentário ao post " A debandada", o João Camacho lembrou os colegas que se reformam antecipadamente. Pensando neles fui ao baú desenterrar este vídeo do Professor Agostinho da Silva.Filósofo, poeta, ensaísta, teólogo, fundador de universidades,marcou o séc. XX português e o seu espírito livre continua a contagiar todos aqueles que se cruzam com a sua obra.

Recordemos então as conversas vadias :
Conversas Vadias, CD1, Entrevista com Joaquim Letria.
Instruir,Educar,Reformados,Camões e Pessoa "Deve-se fazer uma grande diferença entre Instruir e Educar. Instruir é um parente do verbo construir...
Em homenagem aos nossos ilustres reformados vejam este vídeo. E não se esqueçam de vadiar, sobretudo, contra o governo...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A debandada.Um caso paradigmático de mal-estar docente.



Para percebermos o grau de satisfação docente com o estilo de liderança e com as condições de trabalho de uma escola/agrupamento, basta verificarmos o elevado número de professores efectivos, e, pertencentes ao quadro de escola/agrupamento que mudam para outra, outras escolas, à procura de melhores condições de trabalho e gestão. A PAN é um exemplo paradigmático desse mal-estar docente, é histórico o número de docentes do quadro que a vão deixar, na sua maioria insatisfeitos e, de algum modo, frustrados com as condições de trabalho. Não conheço os números exactos, mas são muitos, infelizmente muitos, bons profissionais e bons colegas. Há departamentos em que a maioria dos seus membros, entre professores do quadro e contratados sai. Isto deveria ser motivo de reflexão, digo mesmo, de indignação. Quando uma escola/agrupamento perde bons e dedicados profissionais ninguém pode ficar contente.
Os contratados, lamentavelmente, sairão por motivos mais graves, para já, por ausência de colocação. A larga maioria será contratada de novo, numa outra escola, assim o espero. Contratados, porque é isso que interessa ao M.E. proletarizar, para dominar e às vezes humilhar.
É com pena, com muita pena, que me despeço de muitos deles, desejo-lhes as maiores felicidades, a maior sorte do mundo, nesta profissão dura e cada vez mais de luta. Que nunca se conformem, que nunca desistam.
E, os que ficam? Ah! Os que ficam, a maioria, a larga maioria, são os eternos e “irredutíveis gauleses”, os que resistem sempre, pedagogicamente falando e não só. Fazem falta, muita falta, são imprescindíveis.
P.S.
Falei da PAN porque é a situação que conheço melhor, de certeza que haverá, infelizmente, outras situações iguais ou piores. Mas é isto, foi isto, que os Metralhas da educação com o Socranete à cabeça semearam nas nossas escolas. Resistiremos!
Para todos vós, com o agradecimento à Lígia Moreira e ao "interactic 2.0", que "revelou" o vídeo, deixo o poema de Fernando Pessoa : SONHAR, na bela voz de Maria Bethânia.
"SONHAR,LUTAR,VENCER,VOAR,TOCAR. Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz?"


Ache outros vídeos como este em INTERACTiC 2.0 - escola com tic social

segunda-feira, 6 de julho de 2009

CONCURSO - OS PIORES RESULTADOS DE SEMPRE.


OS PIORES RESULTADOS DE SEMPRE.

O que o senhor V.V. não disse, não podia dizer e deliberadamente quis esconder. A trágica realidade desmente-o.

Confirmam-se resultados que são dos piores de sempre: mais de 99% dos candidatos não entrou nos Quadros!



Numa profunda e inaceitável manifestação de desrespeito pelos professores, o Ministério da Educação, em vez de tornar públicas as listas de colocação dos docentes, para 2009/2010, decidiu, antes, manipular os números para fazer crer o que não é verdade, pois a verdade, usando os números que o ME hoje mesmo tornou públicos, é que: 99% dos docentes que concorreram para ingressar em quadro não o conseguiram (apenas entraram 417 dos cerca de 50.000 candidatos que apresentaram 65.464 candidaturas - menos de 1%); 11.836 docentes que já pertencem aos quadros (40,9% do total de docentes dos QZP) não obtiveram colocação no novo quadro criado (Quadro de Agrupamento).

Nota do Secretariado Nacional da FENPROF

CONCURSO DOCENTES 2009.



Dizem eles que esta tarde disponibilizarão as listas definitivas do concurso.

VAMOS VER !

Para aceder à página da DGRHE. CLICA AQUI !

DECLARAÇÃO DE ACEITAÇÃO DE COLOCAÇÃO (in Blog do MUP ) CLICA AQUI!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

PRAZOS DE ENTREGA DAS FICHAS.



Depois das eleições europeias, “foram-se “ os prazos e as determinações, pelo menos, na minha escola assistimos a sucessivos adiamentos, “ao ninguém saber de nada” e a vida foi correndo. De repente, “fiat lux”, salvo erro nos dias, 24 ou 25 de Junho, fala-se num e-mail do Director a fixar o prazo limite de entrega da grelha para dia 30 do mesmo mês, Stress, incredulidade, incompreensão e outras coisas. “Solidário com os colegas”, o Director envia um segundo e-mail, dizendo que “partilha o stress “, afirmando que não podia ser de outra forma. Discordo completamente, não havia necessidade de tanta pressão… de tanta pressa. A um dirigente não se pede que partilhe o stress que ele próprio semeou, mas sim que tente evitá-lo. Não é forçoso que tivesse sido assim. Bastava fixar o prazo com a devida antecedência, à gestão pede-se previsão, acção e não reacção. Não serve a desculpa dos contratados, dos que mudam de escola, etc. Lembremos que os professores acabavam de sair das avaliações de final de ano, alguns com exames para corrigir. Dia 30 foi também o prazo limite para entregar os diferentes relatórios, os Directores de Turma e Secretários estiveram com matrículas. Na escola era dia trinta, mas à porta da secretaria mais parecia um “trinta e um”, fila de professores para entregar a auto-avaliação, pais, alunos e Directores de turma à espera para serem atendidos. Foi bonito de ver. Com a auto-avaliação, supostamente, pretende-se uma reflexão crítica, calma e séria do trabalho realizado. Atendendo ao stress que testemunhei nalguns colegas conseguiu-se o contrário. Louvada sejais planificação atempada que pensas nos professores! Nós te louvamos! E glorificamos em nome da sacrossanta ministra!
A prova de que é possível fazer diferente está bem perto de nós, nalgumas escolas que dilataram o prazo, por exemplo, no Agrupamento de Escolas de Fitares, a nova Directora ,
através de uma ordem de serviço, prorrogou o prazo, que também era 30 de Junho, mas ali ao contrário da PAN fora fixado há muito tempo. São modos diferentes de gerir, são estilos de liderança diferentes. Comprova-se mais uma vez que a concepção de liderança pode fazer a diferença. Oh! Se pode! …

UMA ESPÉCIE DE AVALIAÇÃO/UMA ESPÉCIE DE GENTE



UMA ESPÉCIE DE AVALIAÇÃO...

Esta espécie de avaliação, simplex , simplificado, ilegal e anticonstitucional desde a sua génese, encontra-se na fase do desespero, na fase de farsa “para inglês ver”. Incapazes de assumir o falhanço, a derrota e a iniquidade desta “magnífica” obra , o Bando dos Quatro ,Socranete mor, Milu e comparsas - os Metralhas da educação - trabalharam arduamente na elaboração de uma grelha absolutamente original, tanto quanto me informaram a mesma do ano passado… Recentemente o M.E. mandou recolher as fichas para reformulação e ponderação, pelos vistos, a ponderação foi extrema, quanto trabalho árduo, quanto suor do Pedreira e do Valter para produzir (copiar) do modelo chileno ou outro equivalente esta espécie de ficha, para esta espécie de auto-avaliação. Definitivamente, até ao último minuto do seu consulado, esta espécie de gente está disposta a tudo para denegrir e humilhar os professores. Até quando abusarão da nossa paciência ?!

Avaliação - visão do Antero.


A avaliação segundo o olhar crítico e certeiro do colega Antero.
Mais do Antero em ANTEROZÓIDE (CLICA AQUI).

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Professor Excelente - Proposta.


A distribuição de serviço é da responsabilidade do Director, de qualquer modo, parece-me que faz todo o sentido discutir a proposta seguinte em Conselho Pedagógico. Aqui fica o apelo .

Professor Excelente

Ser-se avaliado em Professor Excelente não é a mesma coisa que ser-se um excelente professor.
E não é fácil, um professor ser avaliado em EXCELENTE!
É difícil, muito difícil mesmo e, numa escala de valores, ser EXCELENTE é ainda mais do que ser-se MUITO BOM. Eu disse mesmo M-U-I-T-O–B-O-M; não disse BOM.
Ser-se portanto EXCELENTE é o mesmo que ser-se perfeito, distinto, notável, admirável, brilhante, magnífico, óptimo. São sinónimos que o qualificam extraordinariamente, que o qualificam como O MELHOR de entre aqueles que já são MUITO BONS.
Tal como o Ministério preconiza, os professores titulares têm obrigação de ter as maiores responsabilidades nas escolas porque os considera melhores que os outros; então, também deve caber aos professores EXCELENTES serem os mais responsáveis em todo o processo ensino/ aprendizagem e em todas as funções e tarefas do contexto escolar.
E se um professor titular, de acordo com o ministério, já é do melhor que existe numa escola, então, um professor Titular Excelente é muito mais! Além de distinto, perfeito, admirável, notável, brilhante, magnífico e óptimo, ainda tem mais um atributo: ser TITULAR. Este título não é para muitos!
E, mesmo, ser-se apenas EXCELENTE já haverá poucos, muito poucos!
Posto isto, gostaria de propor para análise aos colegas deste Conselho Pedagógico o seguinte: aos professores que, nesta fase, forem avaliados em EXCELENTE, sejam eles titulares ou não, deverão, a partir do próximo ano lectivo, leccionar as turmas mais «difíceis» da escola, bem como direcções de turma e cursos que só eles, pelas suas reconhecidas qualidades evidenciadas neste rigoroso processo que tem sido a avaliação de desempenho docente, serão capazes de resolver ou minimizar problemas da melhor forma, contribuindo, assim, para que a escola seja também melhor. O rigor desta avaliação deu-lhes esse direito. É por isso que vão ser beneficiados na pontuação para concursos, no concurso para titulares, em prémios pecuniários, … É por serem EXCELENTES, por serem os MELHORES DOS MELHORES, por serem perfeitos, distintos, notáveis, admiráveis, brilhantes, magníficos e óptimos que devem mostrar aos outros como se deve fazer.
Não é pois justo nem razoável que a escola deixe escapar este capital de conhecimentos mantendo os restantes professores com turmas difíceis e funções e tarefas complicadas, aparentemente bons professores, é verdade, mas incapazes de evidenciar os dotes que, em rigor, os professores EXCELENTES foram capazes de demonstrar nesta avaliação criteriosa dirigida ao desempenho de cada docente.
Certo da melhor atenção dos colegas e consciente da importância desta análise, solicito que, após reflexão devida, esta proposta baixe aos Departamentos e deles seja considerado o conjunto de opiniões formuladas.

Francisco Teixeira Homem, professor titular
In Blog do MUP ( sublinhados meus).