segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Chico Tretas


Com a minha sincera e sentida homenagem a alguma dita Comunicação Social e especial dedicatória a muitos dos “comentadores”.
 
CHICO TRETAS

 
Francisco Umbelino Urtiga Silveira, mais conhecido por “Chico Tretas”, caminha com Passos decididos para mais uma reunião semanal do MCR (Movimento dos Mentirosos Compulsivos Reunidos). Associação onde a mentira é lei mais que verdadeira e, onde a qualquer momento, a todo o instante, a mais verosímil das verdades se torna mentira. Esta agremiação foi criada no dia 1 de Abril de um ano qualquer, não se sabe a data certa, para que a qualquer hora, a todo o momento, a referência a uma hipotética data de criação possa ser pronta, eficazmente e compulsivamente desmentida. Francisco Umbelino, “Chico Tretas”, para os amigos, não se sabe bem se existe, ou se não passa de mais uma compulsiva mentira do movimento dos mentirosos compulsivos. Em seu redor, apenas e só, o manto diáfano, mais que fosco, da mentira. As cogitações de uma ficção ultra inverosímil impedem-me de continuar o texto, por considerar tudo o que se escreveu até agora, uma grande fraude, pior, uma compulsiva e incorrigível mentira.

…eu não sei se hei-de fugir ou morder o anzol
Rádio Macau é uma banda portuguesa formada em Algueirão, Mem Martins, no início dos anos 80.
 

domingo, 30 de novembro de 2014

O Homem e as suas circunstâncias.




Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização. Texto 3

O Homem e as suas circunstâncias.
A trovoada aproxima-se e, agora, que fazer? (Assim terminava o texto 2)

Partir o vaso? Mudar de vaso? Lançar uns pozinhos à água para evitar a contaminação? Que fazer, então?!
Há muito para fazer a e a tarefa não é nada fácil.
Em primeiro lugar, temos de partir o vaso, mudar de vaso, necessitamos como disse recentemente numa conferência o professor José Pacheco – Fundador da Escola da Ponte –:

“ Rever o paradigma de escola, as escolas são pessoas e as pessoas são valores”.
A escola que temos é a escola da desumanização, a escola da anarquia selectiva, a escola da não pessoa e do não professor, a escola do vazio cultural e hedonista que nem ensina nem educa.

            Professores, funcionários das escolas, pais e alunos têm de se unir e lutar por uma Escola Nova, uma Escola Pública Democrática assente numa concepção de humanidade e justiça, em que liberdade implica para todos e cada um igualdade e reciprocidade. Urge construir uma escola com seres capazes de agir e pensar respeitando os outros e tudo e o todo que é de todos. Precisamos de abolir  das nossas escolas o hedonismo do eu que se sobrepõe a todos e tudo.

É um vasto e difícil programa, repito, mas, enquanto tal não é possível, e sem perdermos de vista o que referi atrás, tendo em mãos um problema grave, no imediato há que enfrentá-lo, por isso, deixo-vos com algumas ideias que me parecem importantes:

  - Alertar, sensibilizar todos, evitar o silenciamento e negação do que nesta matéria se vai passando nas escolas.

  - Envolver professores, pais, funcionários, direcções das escolas, alunos e comunidades é fundamental para exterminar o problema.
 - Ensinar /educar para os valores
- Ensinar, educar e formar para a diferença.
 - Ensinar/formar para a não-violência e para a mediação de conflitos todos os que participam na vida da escola.
 -Ensinar e formar para os uso correcto e responsável da internet e das redes sociais.
 - Fazer formação e aconselhamentos contínuos. Todos devem saber como identificar os sinais de aviso e compreender os princípios que os sustentam.
- Acesso fácil aos técnicos e especialistas.
-Estar atento, muito atento e denunciar toda e qualquer tentativa de maus tratos pedindo ajuda ou actuando se tal estiver ao nosso alcance.
Bem sei, que ao  ministério da deseducação deveríamos responder: “Olho por olho, dente por dente.” Mas, como hoje não vos quero falar do agressor, prefiro terminar com optimismo. Com toda a razão, alguns afirmam que, um Homem é sempre o Homem e as suas circunstâncias,” então é preciso alterar humanamente as circunstâncias, para ser verdade:
 “Não fazer ao outro aquilo que não queremos que nos façam a nós!”
Reportagem vídeo do painel em que participei. (Por razões técnicas a minha intervenção não ficou toda, mas vale a pena ver e ouvir com atenção todas as intervenções):

 
Um em cada três adolescentes é vítima de bullying na escola, revela um estudo da Unicef sobre violência contra crianças. CLICAR AQUI !


domingo, 23 de novembro de 2014

A água e o vaso.



Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização.

Texto 2.

A água e o vaso

A água toma sempre a forma do vaso.”
Provérbio japonês

            N a verdade, segundo a abundante literatura da especialidade, os factores organizacionais da escola e a cultura da escola, das escolas, poderão propiciar o desenvolvimento de comportamentos de Bullying ,  De entre os factores ambientais que  facilitam/influenciam  o desenvolvimento deste tipo de violência destacam-se:
            A dimensão das escolas – As escolas maiores referem a existência de uma maior percentagem de violência.
            As escolas que têm regras claras de conduta referem menos violência
            Número de alunos por turma – Há uma relação directa entre um menor número de alunos por turma e uma menor violência
            Práticas disciplinares justas e céleres – As escolas em que os alunos classificam as práticas disciplinares de justas referem menos violência.
            Participação nos processos de tomada de decisão – As escolas em que os responsáveis administrativos e pedagógicos, especialmente, os responsáveis por manter a disciplina oferecem aos professores, funcionários e alunos oportunidades de participação nos processos de decisão apresentam menos violência.
            A coesão entre o corpo docente – A coesão entre o corpo de professores e os responsáveis pela manutenção da disciplina na escola está relacionada com uma menor violência.
            Controlo discente – As escolas onde os alunos mencionam que sentem que controlam as suas vidas referem a existência de menos violência.

    Respeito pelos dirigentes escolares – As escolas em que os responsáveis por manter a disciplina não são respeitados pelos alunos referem mais violência.
            Educação para os valores - As escolas em que se trabalham os valores apresentam menos violência.
            Educação para a não – violência - As escolas em que se praticam formas alternativas e assertivas de gerir conflitos referem menos violência.”
             Acreditando nos especialistas e nos estudos, em Portugal, está a fazer-se tudo ao contrário.
  Escolas de dimensão Hipermercado, os mega agrupamentos que, nalguns casos, atingem mais de 3500 alunos, diminuindo drasticamente o número de professores e funcionários gerando mais confusão, menos supervisão, mais violência e de certeza mais  Bullying e menos tempo e pessoas para o combater. Acentua-se a desumanização de que falava o nosso Nobel.
            Aumento exponencial do número de alunos por turmaTurmas com trinta e mais alunos, dificultando o controlo da turma por parte dos professor, mais indiferenciação.
            Raras são as escolas em que existe um plano claro e objetivo de combate à violência escolar, com regras claras de conduta, capazes de prevenir o Bullying. Muitas vezes navega-se à vista reagindo e não agindo.
            O princípio de uma justiça justa e rápida é posto em causa por procedimentos desajustados e burocráticos que transformaram as escolas em tribunais e os professores em delegados do ministério público. A teia burocrática e legalista (No pior sentido do termo) fomenta a inércia e a impunidade vai fazendo lei. Muitos alunos saem da escola sem conhecer os princípios da causa/ efeito. 
    O modelo de Gestão Escolar que, lembremos vem dos tempos de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues (convém que não tenhamos memória curta) afastou a maior parte dos profissionais de educação da tomada de decisões. Nas escolas há hoje uma espécie de RDM das ordens e da obediência cega, tendo como consequências, entre outras, menor participação, menos envolvimento, menos discussão, menor respeito pelo outro, outros. Tudo anda à volta do medo e da consequência. Perdeu-se a autenticidade, sobressai e predomina o desejo de agradar e de obedecer a quem decide da vida de muitos.
Os professores, por força de um modelo de gestão que os afastou da tomada de decisões e da participação democrática na vida das escolas, muitas vezes, não reconhecem autoridade a quem trata e decide das questões da violência em contexto escolar. A não escolha, a não participação afectam a credibilidade e a capacidade de acção.
    Acentua-se diariamente a instabilidade pessoal e profissional nos professores, a negatividade é o alimento quotidiano dos docentes e todos percebemos e sabemos que quem não está bem, não consegue, não pode, prestar a melhor atenção aos problemas dos outros, “bastam-lhes os seus”, como o diz o povo.
    Uma escola que hipervaloriza os exames e os “rankings” transformando o professor em treinador de exames desvaloriza-o na sua função humana e educativa e por coacções várias vai-lhe retirando a capacidade e o tempo que possa dedicar aos outros, neste caso, a si próprio, à sua família, aos seus amigos e às pessoas dos seus alunos.
     A impunidade é tal que, muitas vezes, os alunos já não acreditam nos dirigentes escolares quando estes dizem que os vão sancionar ou punir, os mais velhos, ou os mais inteligentes sabem que voltarão sempre ao local do crime como se nada tivesse acontecido, sobrando para a escola e para os professores todo um trabalho de “compensação” que os levará” pensar duas vezes”, antes de se decidirem por nova punição.
    Educação para os valores e para a não- violência são coisas formalmente indesejáveis. Do topo à base, nas escolas portuguesas, inclusive nas faculdades, o que se fomenta, o que se programa nem que seja de forma oculta é a obediência cega, o respeito pelos chefes, pelos mais fortes, maus e sem carácter, se não é assim, porque perduram as praxes e as sevícias académicas. O que se faz na maior parte delas e de conhecimento público, não é Bullying extremo?!
Infelizmente, os professores também são vítimas de maus tratos, não só os que vêm directamente do ministérios, como ainda os provocados por alunos e pais “marginais”, agressivos e intimidatórios; dos colegas que gozam, assediam e intimidam reiteradamente os seus pares e, sobretudo, o abuso de poder hierárquico.
   Pois, se como diz o provérbio, “ A água toma sempre a forma do vaso”, cuidado, muito cuidado, com a água que cai nos vasos das nossas escolas. A trovoada aproxima-se e, agora, que fazer?

CONTINUA  ( TEXTO A PUBLICAR).

domingo, 16 de novembro de 2014

Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização. Texto 1.




 


Começo hoje a publicação de 3 textos que serviram de base à comunicação que apresentei no “CONGRESSO do BULLYING”, realizado no dia 4 de Outubro de 2014, no Centro Lúdico de Massamá.

Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização.

A violência do que não vejo. O que quero ver e alguns escondem.

Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegamos a isso, não somos seres humanos. (…) Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.”

José Saramago. A semente e os frutos.
Canarias 7, las Palmas, 20 de Fevereiro de 1994 (Entrevista de Esperanza Pamplona.


Deixando para os técnicos abordagens mais específicas da problemática a minha intervenção centrar-se-á, sobretudo, nos aspectos organizativos da escola e sobre aquilo que se faz ou não nas escolas para combater o problema. Desde já, quero dizer-vos que não gosto da palavra “Bullying”, vejam bem, nem da palavra gosto, irrita-me solenemente, a submissão, a ignorância como muitos estrangeirismos entram na língua portuguesa. Nós já tínhamos os maus tratos, a violência, sobre o outro, outros, muito antes de os Ingleses ou alemães, nos virem dar lições de bullying. Se ainda não se deram conta, ficam já a saber que até na língua há maus tratos e de que tamanho senhores, são” tratos de polé”. Ainda há bem pouco tempo uma economia mais forte impôs à fraca economia de um país de políticos medíocres um acordo ortográfico absolutamente desastroso. E a sabedoria popular portuguesa, a mui rica sabedoria popular portuguesa, há muito que respondia e apontava a estratégia para responder às agressões quer físicas quer psicológicas, quem é que nunca ouviu a expressão:


“Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti.”

Na verdade, bastava-nos recorrer à sabedoria do povo português, chegava-nos

perceber e ser capaz de transmitir às gerações  mais novas, toda a riqueza e todos os valores de justiça e de respeito pelo outro e de humanismo que encerra a expressão citada. Mas, por onde andam os valores, será que estão na escola? E fora dela?
Voltaremos ao assunto, por agora, interessa antes de mais definir o que entendo por “Maus tratos”, vá lá por hoje até aceito que lhe chamem “Bullying” senão corremos o risco de não nos entendermos e não é isso que pretendo. Numa definição que não é minha, mas da literatura especializada sobre o tema, considera-se que existe:

“ Bullying  quando uma pessoa mais forte e mais poderosa magoa ou assusta uma pessoa mais pequena ou mais fraca, deliberadamente (de propósito)e de forma repetida (muitas vezes).”

Como se pode ver pela definição, esta forma de violência não é património dos ingleses dos americanos ou dos alemães, se bem que sejam estes últimos quem nos trata pior, isso “são contas de outro rosário”, ou se calhar nem tanto. Na verdade, o problema é muito antigo, até há quem diga que, “ Tudo começou com o ciumento /invejoso Caim quando assassinou o seu irmão Abel …ou desde que o primeiro homem das cavernas resolveu impor as suas decisões à mocada dando com a clava na cabeça dos outros.” (Reparem que ainda não falei das escolas, mas já me referi às cavernas, aos homens das cavernas, portanto não ando longe, estamos perto, sem dúvida. Na verdade, e cada vez mais as nossas crianças passam demasiado tempo nas escolas, a carga horária a que estão sujeitas é uma violência, quase podemos afirmar que as escolas estão organizadas para a violência, para os maus tratos, o resto vem por “arrastão.”

Vamos então às escolas:
Imitando o que se passa à sua volta e sendo os muros da escola incapazes de suster os males da sociedade, a escola é o lugar excelso e predilecto onde acontecem muitos dos maus tratos e da violência sobre o outro, outros. Nem sempre acontece de uma forma clara, a maior parte das vezes é muito subtil, escondido da vista do adulto, nem sempre os sinais são evidentes, e mesmo quando os sinais são claros e perceptíveis há dificuldade em actuar.

Nas nossas escolas, sobretudo nos recreios e espaços escolares impera cada vez mais a lei do mais forte, do rufia, do “gangster” que tudo e todos domina. Aparentemente, estamos longe das cavernas… mas, a verdade é que a confusão, a resolução de conflitos com violência e pela violência acentuam-se. Nos pátios de algumas escolas e nalgumas salas de aulas a forma mais comum de comunicação, de saudação, são a batida e a agressão física ou psicológica. Na escola ainda não saímos da caverna. A luz está longe e as sombras do medo e da confusão ainda imperam.
Não pensem que estou a exagerar, a caricatura é aliás pequena para males tão grandes, pois se acham que exagero, vejam, pensem no que se transformaram as escolas nos últimos tempos. Aliás quero pedir-vos desculpa pelo erro, para além das que encerram, no discurso e terminologia oficial já não existem, agora temos “unidades organizacionais”.  As escolas é certo, morreram.

A organização é tudo, mas, sobretudo, a desorganização para os maus tratos, para a violência, para o “Bullying.”
Continua (texto a publicar)

 
 
 

 
 

domingo, 2 de novembro de 2014

AQUI HÁ GATO ! "Os gastos do Incrato"

Foto retirada do blog : "Tertúlia Invisível ".
"Gato Leitor", amigo de "No Coração da Escola".
 Estratega com vasta experiência na luta contra os Ratos de ministério


Miadela nº 2: "Os Ratos do ministério".

Há qualquer coisa de absolutamente sinistro no serventuário troicano, que dá pelo nome de :( IN)Crato, para além de ficar na no caixote de lixo da História da Educação ao lado da não menos sinistra Milú ,é um incapaz mistificador. Quando chegou ao ministério disse, “que era necessário fazer mais com menos.” E como bom mata professores tratou de “chacinar” docentes e a Escola Pública. Mas, o princípio que aplicou aos professores esqueceu-o para a vasta e ignóbil equipa de que se rodeou para destruir as escolas e os profissionais que nela labutam diariamente. Para a sua corte não houve poupanças, não houve mais com menos, é um fartar vilanagem. Sem mais delongas atentemos em mais uma das denúncias feitas pelo professor Santana Castilho:
«O gabinete do ministro da educação gasta, por ano, DOIS MILHÕES, seiscentos e doze mil, duzentos e treze euros. “Para quê?”, Perguntam os portugueses. Para pagar a 5 CHEFES DE GABINETE (a cinco membros do governo que estão a destruir a educação), a 14 ADJUNTOS, a 12 ESPECIALISTAS, a 9 SECRETÁRIOS PESSOAIS, a 26 TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS, a 12 AUXILIARES e a 13 MOTORISTAS!»
- Santana Castilho no ETV
Retirado do facebook da Ana Lima :  (17/10/2014
Pois é, na verdade, “ AQUI HÁ GATO”, Os Ratos foram até ao ministério …. Já vai sendo tempo de começarmos “a armar os costis”.
“Costil” :expressão beirã que significa “armadilha para ratos ou pássaros.

domingo, 26 de outubro de 2014

Inclinados



 “… sondagem da Universidade Católica para o DN,JN;RTP e Antena 1 mostra que 45% dos portugueses estão inclinados a votar PS nas legislativas.”
Excerto retirado de notícia de capa do Diário de Notícias (19 de Outubro de 2014) versão impressa. Sublinhado de “ No Coração da Escola”.
Confesso que os resultados da sondagem não me impressionaram, na verdade o que levou à minha reflexão e preocupação foi a utilização da palavra “inclinados”. Intencionalmente, não me refiro às diferentes aceções de inclinados, interessa-me para já e só a semântica, ou seja, o significado ou significados da palavra.
O ponto de vista ou lugar onde nos encontramos condiciona, todos sabemos, aquilo que vemos ou até tentamos ver. Durante largos minutos interroguei-me se da parte do jornalista existiria uma intenção meramente informativa. Quereria informar que, de acordo com a sondagem, uma percentagem de votantes portugueses estará disposta a votar num determinado partido político? Assumindo que seria esta a intenção, podemos ler a notícia como manifestação de uma tendência, de um sentido de voto.
A minha leitura da notícia foi muito além do que supostamente desejaria o jornalista, erro meu sem dúvida. Habituado a ler e a pensar em termos de metalinguagem lembrei-me de outros significados da palavra inclinados e mesmo do verbo inclinar. Daí que tenha lido a noticia como:
Portugueses estão abaixados; portugueses estão dobrados; portugueses estão curvados; portugueses estão reverentes; portugueses estão desviados da verticalidade. 
Sem surpresa, algo triste, pensei:
Alguns portugueses (habitantes de um dos mais obedientes protectorados  alemães), país à beira do precipício , estão pendentes e sem verticalidade, quiçá mesmo inclinados e sem salvação. Triste sina a daqueles que não querem ver, má memória a dos que não querem recordar. Se olhassem e se vissem, se recordassem e refletissem, se contemplassem o horizonte perscrutando e interrogando, se se imaginassem como peixes, se, por alguns instantes, encarnassem a vida de peixes inclinados e subjugados veriam junto à margem um isco apetitoso e apelativo, sem demora correriam ao alimento fácil. Mas, se por força das marés hirtas pudessem observar fora de água toda a movimentação de Costa veriam um anzol.
Último pensamento - Será que os portuguese são como os peixes?
- Não sei, apenas recordo que há um provérbio japonês que nos diz:
“ O peixe não vê o anzol, ele só vê o isco”.
Terá sido por isto, imagino, que o Padre António Vieira dedicou grande parte da sua vida a fazer sermões aos peixes. Oxalá que nos mares brasileiros tenha servido para alguma coisa, por cá parece que não serviu para nada. Por isso mesmo, não tarda que a caça ao gambuzino seja o grande desígnio nacional.

domingo, 19 de outubro de 2014

Aqui há gato!

Aqui há gato !
Baú das pequenas curiosidades

“Portugal é um dos países que cobram mais propinas e dão menos bolsas
Há apenas mais quatro países da União Europeia que obrigam todos os alunos do ensino superior a pagar para estudar.”

Segundo o Relatório "Sistemas Nacionais de Propinas no Ensino Superior Europeu", citado na edição impressa do DN de 19 de Outubro de 2014 :

“Frequentar o ensino superior a tempo inteiro na Dinamarca é garantia quase automática para receber bolsa. Aos alunos basta que preencham os requisitos básicos de desempenho escolar. O mesmo acontece na Finlândia e na Suécia. Mas a Finlândia consegue dar ainda mais benefícios, já que ninguém paga propinas”
Texto com pequenas alterações e sublinhados da minha responsabilidade.

Pois é, os dinamarqueses, os suecos e os finlandeses têm muito que aprender com os orçamentos portugueses…
Por cá o dinheiro vai todo para pagar aos gatunos da Banca e para os  juros da dívida !!!

sábado, 18 de outubro de 2014

CRÓNICAS De Dias de desespero


Um livro de memória,  escrever na pedra, registar no mármore  as crónicas do Público. O grito sábio de análise e revolta fica para a História, mas , sobretudo, para uma necessária História do presente e do futuro a construir. Persistência tenaz contra este poderoso e prolongado vórtice de degradação da Escola  Pública”, como escreve no prefácio o Luís Costa, merecem uma (re)leitura e análise atenta. Pois, se os dirigentes políticos que nos desgovernam utilizam a palavra, cada vez mais, para nos tentar ludibriar e enfraquecer na nossa capacidade  de luta, Santana Castilho mostra que a palavra, toda a palavra pode ser verdadeira, certeira e violenta contra a mentira , contra a acefalia e contra a dormência doentia e preocupante de quantos insistem em destruir as nossas vidas.
Mesmo para aqueles que nem sempre concordam com o professor Santana a sua  escrita apela ao pensamento, implica e convoca a reflexão e, em tempos de desespero, convocar a serenidade intelectual de livres pensadores será um registo de valor maior.
Na verdade, estamos perante um livro de caracteres  verdadeiros e de carácter. Como o próprio diz na introdução :
“ O livro perdura, vence o tempo e permite uma leitura conjunta do que foi atirado ao vento, momento a momento. Penso que há tempos que, para não serem esquecidos, porque não devem ser esquecidos, justificam que se fixe em livro o que se escreveu para jornal.
 É o caso dos últimos três anos, de massacre, cometido em nome de uma obrigação de Estado: pagar a dívida pública. Custasse o que custasse. Sem importarem os meios. Como se alguma moral justificasse que o pagamento da dívida pública prefira a outros deveres de um estado humano e civilizado (…) São farrapos de resistência, palavra em riste apontada aos desalmados,  estas crónicas de dias de desespero.”

LEIAM !

domingo, 21 de setembro de 2014

Ousar Pensar


A não perder por nada!
Uma grande “Chapelada” para a Maria do Carmo, em relação ao que ela diz, só tenho dúvida numa coisa, não sei se os dirigentes a que se refere são estúpidos ou se querem fazer de nós estúpidos. Parece-me que eles sabem bem o que querem, "cá por baixo" é que reina a desorientação e a submissão. Resistiremos, obrigada, cara companheira…
Obrigatório ver e ouvir com muita atenção, e, já agora, enviem-no ao “Bonzo da estatística”, pode ser que aprenda alguma coisa.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Como ser feliz na escola. Parte 2 de 2.

Foto: L.Sérgio


Neste momento, as escolas portuguesas tal como a maior parte  na europa, transformam-se, aceleradamente, apenas e só, em “meros campos de treino para exames” e por inerência o professor passa a simples treinador de exames, o exame tudo regula e tudo determina. Os/as mais papistas que o papa gostam de acrescentar a isto uma  miríade de provas e “provazinhas” que não  servem para nada, a não ser satisfazer  e preencher os seus desejos mais recalcados de uma vida familiar e sexual vazia e frustrante. A psicologia, afinal, até parece que explica alguma coisa… Na verdade, é preciso, é importante preparar para os exames, mas a actuação intelectual, a estratégia de  ensino e do ensino do professor não pode, não deve limitar-se às visões muitas vezes estreitas e redutoras dos pontos de vista dominantes em toda a tralha produzida para orientar e formatar provas. É preciso que o professor alargue os seus horizontes e os dos seus alunos muito para além das visões pobres e fascistas emanadas da 5 de Outubro, expressas, por exemplo, nas inenarráveis metas curriculares que não têm outro objectivo que não seja : retirar ao professor e à escola toda e qualquer possibilidade de inovação e criatividade. A “funcionalização docente”tem múltiplas estratégias e não é só a despedir professores que se constrói um “não-professor”.
Rejeitando toda a parafernália burocrática que visa controlar e domesticar os professores impedindo-os de se a assumirem nas sua maior dimensão de pedagogos, o professor António Nóvoa está farto de dizer que, “É preciso voltar à pessoa do professor”. Concordo inteiramente com esta visão do docente, a da dimensão humana, a da vida vivida e  ensinada, o professor não existe para lá daquilo que é como pessoa, insistir nessa separação é uma falácia.
Podemos afirmar que nas escolas o que predomina na sua maioria, é o não – professor. Meus caros leitores e amigos isto não é provocação, é uma constatação, o estado zombie da classe é detectável a olho nu, sem necessidade de qualquer exame ou estudo. Senão, como  aceitar que o ministério e os seus apaniguados tenham feito “gato sapato” das escolas e dos professores. Houve boas  e fundamentais resistências temporais e pontuais, mas a verdade é que a inacção e a vontade dos grandes interesses têm-se sobreposto. A Dona Inércia, antes de chegar ao BES, há muito que se tinha instalado na maioria das nossas escolas.
            Espero muito sinceramente, que  este estado zombie, esta negação pela inércia de um das profissões mais importantes da nossa sociedade sejam provisórios . Desejo que os que almejam uma Escola Pública Democrática e Progressista, os que insistem em se assumir como PROFESSORES capazes de definir o seu próprio caminho, capazes de tomar posição e se assumir como pessoas pensantes e actuantes não desistam e que pela sua determinação e acção contagiem a maioria dos seus companheiros (até já me repugna usar a palavra colega).
            - Que fazer então?, dizeis.
            - Não posso, nem quero dizer mais, que cada um siga o seu caminho, analise a sua vida e a sua conduta na escola que muitos percebam a necessidade de mudar, de despertar para vida que vai num professor, pode fazer a diferença. Nada do que vos proponho é fácil, mas os interesses que estão em jogo, o convencional, nunca foram , nem serão fáceis de combater. Precisamos de  grandes doses de humanismo,   perseverança e imaginação para encontrarmos o(s)caminho(s).
            Mas, se ainda acreditam que o Ser Professor pode prevalecer sobre o Não-professor vale a pena fazer alguma coisa e não desistir e, sobretudo, lutar. E ,acrediteis ou não, aqui reside a diferença entre ser feliz ou um mero zombie que espera a morte. Pois, como muito bem escreveu em, Nova Teoria da Felicidade, o escritor e por ele professor e filósofo, Miguel Real, Serão Sempre felizes : “

“Aqueles que , em qualquer época ,buscam novas formas de existência, exploram alternativas  e anseiam por novas experiências de vida, não se
submetendo às formas institucionais de existência.”

(p. 165).


domingo, 7 de setembro de 2014

Como ser feliz na escola.Parte 1 de 2

Foto : L.Sérgio
Voltar à escola !
Voltar à escola, mas voltar ao quê, com quê e para quê?
Será que ainda vale a pena?
Ainda sou professor, ainda há professores, na velha e justa definição daquele que ensina, que abre caminhos e é referência? Mas que posso fazer?
Nos últimos dias, com o aproximar de mais um ano lectivo, conversei demoradamente com alguns amigos sobre “esse lugar abandonado e sem dono” a que eufemisticamente continuamos a chamar escola.“ A escola é um paraíso perdido, uma miragem inacessível, perigosa e triturada por interesses avessos ao saber e à cultura.” Esta é hoje a minha definição de escola e,  para espanto de alguns dos meus companheiros de tertúlia de café, foi isto que defendi quando nos encontrávamos. Um dia destes, com tempo, com mais tempo e espaço, deixarei aqui algumas palavras em defesa da minha tese. O que me interessa para hoje não é isso, adianto apenas que tal concepção de escola ancora na sociedade e no poder reinante que domesticou e subjugou pela economia as maneiras de pensar e actuar. Tal como o poder mais geral, do  ministério que deveria ser da educação tem saído tirania, opressão e incultura. Os últimos ministros, sobretudo, “Milú” e “Incrato” cumpriram e este último cumpre, exemplarmente, diga-se de passagem, todo um programa de transformação da Escola Pública Portuguesa num grande espaço de subjugação e acefalia.Com toda a legislação publicada nos últimos anos, nas nossas escolas liquidou-se todo e qualquer espaço de autonomia, livre decisão e  independência, seja no aspecto pedagógico, administrativo ou financeiro. Tudo está prescrito, normalizado, formatado e robotizado, pegue-se, por exemplo, nas normas de vigilância de exames impostas às escolas, nas homilias que acompanham a sua divulgação e no acto em si e conclui-se que o professor foi rebaixado à condição de cão de guarda. Para as Milús e para os Incratos deste país a condição de professor é a de mero “Robô” programado e obediente, por isso, quanto mais desempregados e contratados houver , melhor, mais se assegura e acentua a obediência cega e calada. Que o “Incrato” dava um bom ministro de Salazar já todos percebemos, tivesse ele nascido uns anos mais cedo e “Outro galo cantaria”,  o seu ar seráfico e as falinhas mansas de prestidigitador fariam dele escolha certa e certeira para amanuense do António de Oliveira. De qualquer modo, pela a sua dedicação à causa dos grandes interesses financeiros, ainda vai a tempo de ser canonizado. Chegados aqui, vai sendo tempo de tentar responder às perguntas inicias, são estas que me interessam, é a condição e o papel do professor na escola actual que me interessa, por agora.
Vale a pena? Na verdade penso que vale a pena, um dos meus companheiros diria, “nem que seja para sobreviver.”
 Temos que fazer mais que sobreviver. É esta a  minha tese. “Jogar” para sobreviver é perder, é fácil, é barato  e dá serventuários do poder sem carácter e sem ideias, sem criatividade e sem capacidade para a competência, para a vida. É preciso experimentar o novo, o belo, e tudo o que de melhor há na cultura e no saber, nem que para isso tenhamos de enfrentar o poder, os poderes e as suas tenebrosas ramificações, não é fácil, mas o contrário é recusar-se a uma vida digna. O professor tem de sair da fila, deve ousar e ser capaz de pensar e agir diferente. O livre pensamento e cidadania praticam-se não se apregoam.Como pode um professor de literatura ensinar novas formas de interpretar e compreender se se limitar a aplicar a  aceitar como justas interpretações prescritas por outros. Como ensinar liberdade de ler se o professor for modelo de subjugação e mero papagaio de outros. E isto aplica-se a todas as disciplinas.
            O mal da condição do professor, nos tempos que correm, radica sobretudo na incapacidade de muitos docentes perceberem qual o seu papel na escola, aceitam, alguns por incapacidade, outros medo, outros/outras ,por pura sabujice e necessidade de palco para as suas nefastas fogueiras de vaidades, com as quais preenchem o vazio mental e das suas vidas, agir como zombies, sem qualquer vislumbre de ideal pessoal ou colectivo. É triste, muito triste, por estes dias observar a forma como se comportam algumas doninhas fedorentas, a vilaneza dos sem carácter é o seu lema de vida. Tais “coisas” servem todos os poderes, por mais antagónicos que eles sejam. Das “enguias” que vou conhecendo e dos males que fazem à educação falarei um dia destes. Com tempo, com oportunidade e estratégia certa conseguiremos exterminar algumas.
            Para voltar à escola em sossego e em estado de graça, a primeira coisa que o professor precisa de conhecer, para assumir conscientemente o seu papel, é que na escola não há lugar à neutralidade (aliás isso nunca foi possível), por mais que lhe custe, que nos custe, é preciso tomar posição, sair do conforto do ”ver onde param as coisas”, esta posição destrói tudo o que se almeja como ideais de escola.
Hoje, mais do que nunca, estão em confronto duas concepções de escola e duas concepções de professor: de um lado a escola dos grandes interesses financeiros privados e do outro a escola pública e democrática, que se quer e  se deseja de qualidade. Cada uma destas frentes tem a sua ideia de professor, para a primeira, a dominante, o professor não faz falta, é preciso abatê-lo, é um elemento perigoso porque pensa e pode ensinar a pensar. O seu ideal de professor é então um não-professor, basta-lhe um simples e medíocre funcionário, nem precisa de ser público, que de forma rotineira e obediente  transmita fielmente tudo o prescrito nas mil e umas normas, programas, manuais, grelhas e grelhados que o macrocéfalo MEC  obedecendo à classe que serve vai congeminando. É a escola do professor neutro (ou que se julga como tal) do acéfalo, do não-professor formatado à medida, com prazo  e a prazo. A outra aspira por alguém completamente diferente, deseja um professor capaz de pensar por si próprio, reflexivo, com vida própria, uma pessoa com afectos e sentimentos, capaz de ensinar a pensar, a reflectir, a olhar para vida privilegiando o elemento humano e todas as formas de valorização das pessoas que “moram nos alunos”.
Ora se o professor não quer ou não poder ser neutro deve saber a que escola regressa e o que pode e deve fazer nela, e pode muito se quiser e tiver engenho e arte para tanto.
  Chegado aqui, o PROFESSOR já sabe, o que tem a sorte de saber, a que Escola regressa. Se não há lugar à neutralidade, à abstenção, resta-lhe escolher o seu próprio caminho. Escolher e fazer o próprio caminho parece-me condição necessária e indispensável para um  regresso à escola sem medos e sem angústias. Muitas vezes, escolher e desbravar novos caminhos, não é nada fácil, ousar mudar de direcção quando o rebanho sem tugir nem mugir segue ordeiramente pode trazer-nos grandes dissabores, causar invejas e trazer adversidades que não esperávamos, mas, o prazer de manter o carácter e a honestidade intelectual lutando firmemente é muito superior a todas as baixezas da manada.
 ( Continua )

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Autocracia e estupidez



Garcia Pereira na ETV :

“ Esta prova é uma palhaçada …
 isto serve para tudo menos avaliar, serve para justificar mais desemprego dos professores.
… O ministro da educação é que deveria ser e teria um mau ou medíocre menos  no mínimo.
… Projecto deste ministro da educação : acabar com o sistema educativo em Portugal.
…Escolas escolhidas a dedo.
Esta prova é uma farsa, é inaceitável, exercício de poder autocrático e estúpido...”

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aluno inteligente.

Felizmente há alunos que nos vão surpreendendo pela positiva. Exame de português , 4ºano - 2014.

domingo, 8 de junho de 2014

Cinco Anos .

Foto : L.Sérgio
Foto : Luís Sérgio


“A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Se nós somos sempre
Iguais a nós próprios.”


Ricardo Reis

Cinco anos
Pois é, o tempo passa e já lá vão cinco anos, em 31 de Maio de 2009, escrevi pela primeira vez neste blog. Na verdade, parece que foi ontem e tanta coisa, tanta coisa que se passou.  Quase sem dar conta, sobretudo, com muito prazer, publiquei 234 “posts” (Textos) que obtiveram 692 comentários; irritei uns quantos safardanas  e sacripantas do piorio, ainda bem, fiquei e fico muito satisfeito com isso. Se só tivesse aplausos desconfiava, mas, é que desconfiava mesmo… Entre quem tem ideias e carácter  e serventuários do poder sem carácter e sem princípios é bom que se estabeleça uma linha de demarcação. E bem forte. Isto de sermos todos “uns fulanos porreiros” , que obedecem cegamente ao chefe não é para mim, não está no meu ADN. Mas voltando ao que interessa para hoje,  quanto a leituras, No Coração da Escola é lido com regularidade em 9 países : Portugal, Estados Unidos, Brasil, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Ucrânia, França, China, Canadá. O volume de leituras ultrapassou há muito as 100 mil visualizações de páginas. Os textos mais lidos foram O mata- professores ; Por uma gestão escolar democrática e Serviçal lacaio. Quanto ao futuro, como é a única coisa de que tenho saudades, continuarei enquanto me der prazer passar por aqui  (blog) a lançar uma letras para o ciberespaço.
Não cantarei até que a voz me doa, mas teclarei até que o desejo se apague.
Bem haja! A todos os que  me seguem , aos que me lêem. Um abraço especial aos que via e-mail vão comentando o que escrevo.

Pode recordar:



domingo, 18 de maio de 2014

Os Filhos da Troika - Outra vez.




"Quando a última árvore cair, quando o último rio secar, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come."     
Greenpeace

 Como não há regra sem excepção, o euro come-se, ou seja através do euro os alemães comem-nos, sem dó nem piedade, e a “Hitleriana” de saias fica a rir-se.

Luís Sérgio

Dias de mentira e mistificação, numa nação subjugada aos mais abjetos filhos da troica.
No dia em que os traidores à pátria festejam a mentirosa saída da troika. Neste momento histórico de farsa e nova etapa de domínio do imperialismo alemão, sabemos que a fingida partida, significa tão só que, o essencial de domínio e destruição da economia do país e de direitos dos trabalhadores está feito. Para o resto os mandantes do grande capital financeiro não precisam de estar por cá, o euro, os fiéis serviçais, a tríade Passos, Portas e Cavaco, com a ajuda prestimosa do Inseguro PS desempenham bem o papel e sentem-se cada vez mais confortáveis no seu papel de ludibrio dos portugueses. Mas, escrevia eu… que, no dia da traição consumada e festejada, vos quero lembrar um pequeno conto que aqui escrevi em 28 de Outubro de 2011: “Os filhos da Troika”. Parece-me que faz algum sentido, tanto mais que continuamos a assistir ao  silêncio dos inocentes , veja-se  e oiça-se a campanha eleitoral em curso , consumação da farsa democrática e, por último, porque nos têm roubado muito, mas, por mais que nos roubem , resistiremos, porque não conseguirão tirar-nos os sonhos, nem sonegar-nos o direito ao  “azul entre os azuis”, porque as ideias mesmo aprisionadas, mesmo silenciadas, sobrevivem , e um dia, quando menos se espera, alguém, alguns, pegarão nelas e transformá-las-ão em armas vitoriosas. Nessa altura não haverá hienas, não haverá milhafres de Belém, nem portas com passos seguros que resistam à enxurrada do vulcão. Não é velha toupeira ?
Os Filhos da Troika
Brincando com as palavras. Mini Conto em jeito poético.
1.      Os passos de um camaleão lusitano ao serviço do grande capital financeiro mundial.
O senhor dos passos
chegou
muito lentamente
muito disfarçadamente
muitos enganou.
Colocou-se em bicos de pés.
Muito em bicos de pés
quase  em suspensão.
Não caiu,
muito falou.
Tudo mentiu
tudo aldrabou
e os crentes
os incrivelmente anjos,
muito mais que anjinhos
encantou.