quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Fraude


A pedido dos colegas da "Autonomia Sindical", aqui fica :

COMUNICADO DO GRUPO DE SINDICALISTAS INDEPENDENTES
SOBRE
A PRETENSA “VINCULAÇÃO EXTRAORDINÁRIA”
DE PROFESSORES CONTRATADOS
1) O processo de “Vinculação” anunciado pelo Ministério, dito da Educação, dirigido
pelo Sr. Nuno Crato, veio, finalmente, a revelar-se aquilo que há muito se previa –
uma fraude.
a) Fraude, porque enuncia pseudocritérios  que se irão traduzir em efectiva
desigualdade de tratamento entre professores de diferentes grupos
disciplinares, quanto ao tempo de serviço para vinculação.
b) Fraude, porque nos últimos 3 anos têm existido muito mais do que 600
horários completos e anuais para contratação.
c) Fraude, porque ao “abrir” 600 vagas para professores que ficarão (qualquer
que seja o seu tempo de serviço) no 1.º escalão da Carreira, está, realmente,
a fechar 600 vagas que, no Concurso Nacional, seriam ocupadas por esses
professores, com ingresso no escalão a que, pelo ECD, teriam direito.
d) Fraude, porque continua a não cumprir a Lei Geral do Trabalho, que o
obrigaria a vincular todos os professores com 3 anos de serviço no ensino
público.
2) Os professores contratados não imploram “esmolas” do Sr. Crato e dos seus
comparsas do Governo. Os professores contratados exigem aquilo a que, pela Lei,
têm direito – a sua vinculação ao fim de 3 anos de contrato.
3) Vinculação que terá de ser conquistada através de uma luta dura e organizada  –
que se espera e exige que a FENPROF conduza, se necessário, até à Greve às
Avaliações.

Pelo Grupo de Sindicalistas Independentes

Carlos Vasconcellos

sábado, 22 de dezembro de 2012

Abraço !

Com um grande abraço ,


O que eu mais queria neste Natal era que o sonho se tornasse real. Que as ideias fossem possuídas pelas pessoas que de tanto as amarem lutassem por um mundo novo, mais justo, de verdadeira e respeitada liberdade, onde o sonho não fosse uma quimera, um devir, mas sim algo que se vive, se sente e desfruta com amor e solidariedade.
Luís Sérgio Mendes



sábado, 15 de dezembro de 2012

Carga horária dos professores

A tentativa de impor nova carga horária aos professores.


Garcia Pereira em debate na ETV, o custo dos transportes e a partir do minuto 3.07, denúncia da Nova CARGA HORÁRIA dos PROFESSORES e da visão da educação como um custo: “ Brutalidade, vale tudo, quebras sensíveis na qualidade pedagógica.” A ver e ouvir com atenção.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O Rei embevedado...

De Sérgio Luís de Carvalho. Apresentação, dia 8 de Dezembro,18h, Bertrand , do Centro Comercial Amoreiras, em Lisboa.

“Uma obra fascinante, divertida e muito séria para pensar os últimos oito séculos e as presentes encruzilhadas do nosso país.
Indispensável para todos os amantes de História e de histórias. E para os curiosos em geral.”

domingo, 2 de dezembro de 2012

Ainda a escusa.



Ainda a escusa e os seus motivos mais do que justos.
Perguntaram-me, recentemente, se conhecia professores que fossem pedir escusa de avaliadores externos. Numa resposta rápida, disse qualquer coisa como: na verdade, conheço muitos docentes que vão pedir escusa, umas dezenas, para além dos fatores avançados no modelo que divulguei no blogue, há outras razões. Os professores andam muito desgastados, estão com mais trabalho, mais horas na escola, mais alunos, mais problemas disciplinares, mais burocracia, a fadiga física e psicológica traz os professores à beira de um ataque de nervos. Aguentar o trabalho dito normal é, neste momento, mais duro que nunca, o ambiente que se vive fora das escolas passa para as salas de aula. Há docentes com dez e mais turmas, mais de trezentos alunos, diferentes níveis, aulas para preparar, trabalhos e testes para ver, muitos trabalham mais de 50 horas semanais. Deste modo, a maioria não pode com mais esta sobrecarga, andar de escola em escola, algumas longe, em reuniões, a observar aulas, a analisar relatórios e planificações. É trabalho escravo, com a agravante de se saber que tanto esforço será inglório, com as carreiras “congeladas, ninguém progride”. Para se perceber quão tamanha é a fraude, imagine-se que, digo aos meus alunos: “ Meus senhores, a partir de hoje, teremos um teste sumativo, todas as semanas, por isso, preparem-se. Mas, aviso já que independentemente dos resultados não transitarão de ano letivo nos próximos tempos”. Ficarão retidos porque não há condições para a progressão. Qual seria a motivação? Não seria isto um esforço acrescido e desonesto? Não seria uma farsa indigna? Por variados motivos os docentes têm a noção que se trata de uma fraude, assistir a aulas de colegas, alguns já com mais de 20 anos de carreira, nesta fase, não traz qualquer vantagem pedagógica/científica, trata-se apenas de aplicar um mero mecanismo de controlo economicista que impeça a progressão. Teremos professores licenciados a avaliar doutores e mestres só porque estarão em escalões superiores aos dos colegas. Numa instituição que deveria valorizar a qualificação e a formação, está tudo às avessas. A avançar esta iniquidade serão cada vez mais os professores a trabalhar para a avaliação e não para os alunos.
O erro disto tudo está em considerar a avaliação desligada da gestão escolar, este processo está a tornar-se num mero instrumento de gestão, no pior sentido do termo, é uma arma para a dominação, para a imposição, para comprar o silêncio e a aparência de que tudo vai bem. Para o trabalho sério com os alunos nada acrescenta, pelo contrário.
Alguns estão dispostos a tudo para não alinhar nesta fantochada, muitos dizem que não aguentarão, nem sabem o que fazer, mas não podem mais. Nesta altura, esta farsa trouxe ruído, desgaste e dispersão a uma classe abatida e desmotivada com cortes de salário, mais horas de trabalho, menos condições e desde o tempo de Maria de Lurdes Rodrigues a perder direitos e dignidade.
Seremos indignos se não boicotarmos esta farsa, mereceremos a indignidade se não resistirmos por todos os meios ao nosso alcance. O professor, o verdadeiro e digno professor é aquele que faz a diferença. Ou somos capazes de decidir do pouco que resta do nosso tempo ou, definitivamente, transformar-nos-emos em zombies indiferentes e dignos de indiferença.