quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A ler com atenção.


Na sequência do que escrevi, no anterior post:” Quebrar o cerco”, depois da manifestação de sábado, e no actual contexto, temos de ser capazes de quebrar medos e arriscar formas de luta duras, por isso, concordo com o que escreveu o professor Santana Castilho, no jornal PÚBLICO:
  “… Os professores voltaram a sair à rua. Cerca de 40 mil, dizem. Divididos, é notório. Mas, sobretudo, sem resultados para a luta que travam desde os tempos de Maria de Lurdes Rodrigues. As evidências são lapidares: viram os salários diminuídos e o tempo de trabalho aumentado; conhecem o maior crescimento de desemprego de todas as classes profissionais (os números oficiais mostram que quadruplicou nos últimos anos; a variação homóloga no início do presente ano lectivo apontava para um aumento da ordem dos 70 por cento); continuam mergulhados em tarefas aberrantemente burocráticas e improdutivas; têm, como nunca, a dignidade profissional e a independência intelectual calcadas por políticas de terror social, a que se prestou um ministro que os traiu. E respondem com manifestações que se perdem na habituação que nada muda e lutos folclóricos de que se riem os que os escravizam. Permito-me recordar-lhes o que nestas colunas escrevi, não há muito: os professores sabem, têm a obrigação de saber, que todo o poder só se constrói sobre o consentimento dos que obedecem.
(…)
Foi com investimento na Educação que os suíços, os dinamarqueses, os suecos, os noruegueses ou os finlandeses, têm hoje o que alguns dizem que nunca poderemos ter.
Os sublinhados são da minha responsabilidade.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Quebrar o cerco.



Quebrar o cerco.

Convocada pela FENPRFOF realizou-se ontem uma manifestação dos professores. Foi uma boa manifestação, participaram “mais de 40 mil “, segundo a organização. Não se tratou de mais uma manifestação, não foi mais uma, mas sim uma jornada de luta na qual os professores portugueses manifestaram o seu repúdio pela forma como estão a ser tratados por este governo traidor. Ouviram-se palavras de ordem como: “Crato para a rua!”; “governo para a rua!”, “FMI fora daqui!”; “Troica vai-te embora”; “Os professores fazem falta”; “privatização não”; “ Queremos uma Escola Pública e Democrática”; etc., etc.
Apesar de convocada por uma só federação sindical, a adesão dos professores foi elevada, faltaram alguns, mas virão na próxima, tal a revolta que grassa nas escolas e tais os ataques à profissão e à escola pública. Este rio que desaguou no Rossio, não é um fim, mas sim o princípio de um grande mar que com as suas águas agitará toda a docência e a sociedade portuguesa, levando de enxurrada os Coelhos os Portas e o serventuário InCrato. Por isso, é fundamental pensarmos no dia seguinte para que esta vitória, estas águas purificadoras da manifestação não se percam. Repararam que, desta vez, até S. Pedro se rendeu à justa luta dos professores dando-lhes tréguas, sou ateu, senão até diria que os deuses estão connosco, mas, se não estão os deuses, a razão está e é nosso dever defendê-la. E qual a nossa razão, ou razões (aponto somente, três das que me parecem fundamentais e devem unir e estruturar as nossas lutas):
-Defesa da Escola Pública e Democrática contra os vorazes apetites privatizadores de meia dúzia de especuladores da alta finança que pretendem ganhar milhões com a destruição do ensino público.
- Defesa da profissão docente restaurando a sua dignidade pessoal e profissional, rejeitando todas as tentativas de transformar os professores em meros indiferenciados mal pagos e incultos. Baixando-lhes até à miséria o salário e a formação. Pergunto: Como é que é possível a classe profissional mais habilitada e qualificada do país ser tratada desta forma e aceitar?! Sempre que nos vierem com comparações de salários e outras temos que nos lembrar do que escrevi atrás. Só o medo, a anestesia intelectual reinantes em alguns grupos da escola permitem que, um governo de incultos e farsantes com tiques nazis se mantenham no poder. Até que ponto alguns são cúmplices, isso veremos um dia.
-Demissão do governo. Hoje mais do que nunca, está aos olhos de quem quer ver: a questão é política, por isso, ou damos cabo desta política ou ela destrói-nos.
Mas, como vencer esta política terrorista?
- Sem dúvida que, só formas de luta duras, a discutir e organizar, tais como: Greve aos Exames, às avaliações, ocupação das escolas, trabalhando só 35 h, etc. Tudo deve ser discutido e ponderado. Mas com tempo, e sem medo, sobretudo, sem medo. Enquanto as cabeças de alguns, especialmente de alguns com responsabilidades sindicais, estiverem atulhadas de medos e receios não conseguiremos quebrar o cerco.


Fausto. Guerra é a Guerra.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Em defesa da educação


Recebi com pedido de divulgação, não só divulgo com todo o gosto, como recomendo uma leitura atenta.

Em Defesa da Educação e da Escola Pública
Terá lugar no próximo dia 26 de Janeiro, em Lisboa, uma manifestação nacional de professores, convocada pela organização sindical FENPROF. É dever de todos os professores apoiar e participar nessa manifestação, fazendo dela uma expressão da sua revolta contra o governo e contra a tróica, e das suas reivindicações em defesa da dignidade da profissão docente e de uma escola pública democrática e de qualidade.
Não há nenhum grupo profissional em Portugal e talvez no mundo que, no curto período de seis anos, de 2007 até hoje, tenha visto tão agravadas as suas condições de vida e de trabalho como aconteceu com os professores portugueses.
Neste espaço de tempo, os professores perderam, em média, quase 40% do seu poder de compra, se tivermos em conta a ausência de qualquer actualização dos ordenados face à inflação, os roubos nestes mesmos ordenados sob a forma de aumento dos impostos e taxas ditas extraordinárias, e o congelamento nas carreiras. Na última meia dúzia de anos, o horário dos professores foi aumentado, em média, em cerca de 30%, sob a forma de aumentos directos na carga lectiva, do chamado “trabalho de estabelecimento escolar” e da eliminação das reduções da componente lectiva antes dos cinquenta anos. Nos últimos seis anos ainda, sem que tivesse havido qualquer melhoria nas condições logísticas e tecnológicas em que exercem a sua actividade, bem pelo contrário, verificou-se uma redução, em média, de cerca de 20% do número de professores nas escolas para um nível de produção educativa (número de alunos que concluem os seus anos e graus escolares) que não sofreu qualquer decréscimo.
Suportando toda esta violência, existe um sector dos professores portugueses que tem sido ainda mais massacrado, que é o dos professores contratados. Trabalhando dez, quinze, vinte e mais anos de forma permanente, com a casa às costas, este ano aqui, para o ano noutro lugar, por não terem uma escola a cujo quadro pertençam, sem quaisquer direitos decorrentes de uma integração na carreira, que lhes é negada, despedidos sem direito a remuneração ou segurança social quando termina o ano lectivo, para serem, se tiverem sorte, contratados no início ou durante o ano lectivo seguinte, os professores contratados configuram uma situação de autêntica escravatura que não tem paralelo em nenhum país minimamente civilizado.
Por cima de tudo isto, o governo PSD/CDS e o facínora Crato, instruídos pela tróica mas executando com todo o gosto o trabalho sujo que lhes é ordenado, expulsaram praticamente os professores contratados das escolas e pretendem despedir, no final deste ano lectivo, um número de professores do quadro que, se tiverem a mão solta, nunca será inferior a 25 mil. Aos poucos professores que ficarem para executar um trabalho educativo que não diminui, é reservada a “recompensa” de lhes cortar mais cerca de 10% na sua remuneração e de aumentar em cinco horas o horário de trabalho base, aumento de horário este que será ainda mais violento para os professores mais velhos, a quem esta corja miserável quer retirar as reduções da componente lectiva a que, apesar de tudo, ainda têm direito.
A hecatombe que se está a abater sobre os professores, sobre a educação pública e sobre as escolas não tem nada a ver com o argumento das “dificuldades transitórias” decorrentes da dívida pública e do défice orçamental. Este argumento tem apenas uma função de terrorismo político e de tentar apresentar essa hecatombe como algo que não pode ser evitado. Se o argumento da dívida e do défice fosse decisivo, o presente ataque aos professores e à escola pública não tinha começado em 2006, como efectivamente começou, com os precisos contornos e conteúdo que mantém hoje. Se esse argumento não fosse uma mistificação, a percentagem do Produto Interno Bruto e dos gastos do orçamento público que vão para a educação tinha-se mantido, o que significava que a educação tinha sofrido na mesma medida em que sofreram os outros sectores. Mas isso não é verdade. Portugal tem hoje uma percentagem de gastos com a educação já muito inferior a 4% do PIB, a mais baixa de toda a Europa e uma das mais baixas do mundo.
O que está a ser feito nas escolas desde Sócrates e Lurdes Rodrigues e com uma intensidade ainda maior com a equipa Coelho/Portas/Crato, corresponde a uma revolução na direcção do passado. Essa revolução significa a eliminação de todas as aquisições positivas e progressistas da ciência educativa, da pedagogia e da humanização das relações educativas que foram sendo alcançadas ao longo do tempo. As escolas estão a ser transformadas em campos de concentração, nos quais as crianças e os jovens sejam sujeitos a um trabalho de fábrica e os poucos professores que restem funcionem como capatazes desse trabalho. O computador e os currículos online destinam-se a desempenhar, nesta dramática evolução da educação de massas, o papel que a máquina a vapor e as tecnologias associadas desempenharam no período da primeira revolução industrial. O objectivo é entregar a exploração lucrativa da indústria educativa ao grande capital privado e aos grandes grupos económicos internacionais que já estão no terreno com este objectivo.
É para isto que se está a reduzir a metade o número de professores nas escolas e a concentrar os alunos em grandes espaços onde o computador imponha cadências automáticas e implacáveis no trabalho escolar e onde um estatuto disciplinar de caserna procure conter a luta e a revolta dos estudantes. É por isso que se pretende acabar com o Estatuto da Carreira Docente, impor aos professores o estatuto da Função Pública e, depois, fazer absorver este último no Código de Trabalho. É com aquele objectivo que o ordenado do professor está a ser rapidamente reduzido até ao nível do de um trabalhador indiferenciado. E é, finalmente, tendo aquele fim em vista que se sucedem os programas, as decisões e as intenções declaradas do governo e da tróica de preparação da privatização em massa das escolas pública, desde a criação da Parque Escolar e respectivos projectos, até ao aumento do financiamento às escolas e grupos privados da educação, passando pela entrega da gestão total das escolas às câmaras municipais, pela outorga do ensino profissional a entidades privadas e pela instituição de propinas na escolaridade obrigatória.
A luta dos professores tem de ser intensificada e tem de mobilizar a grande maioria dos docentes das escolas. Ela é uma parte importante da luta geral dos trabalhadores e do povo português pela democracia e pela independência nacional. A defesa da escola pública, a construção de uma educação pública democrática e de qualidade e a salvaguarda e recuperação da dignidade da profissão docente, são objectivos que, nas condições presentes, são inseparáveis do combate pelo derrube do governo de traição nacional PSD/CDS, a expulsão da tróica alemã e a construção de um governo democrático patriótico.
Os professores vencerão porque o povo vencerá! Todos à manifestação nacional de professores do próximo dia 26 de Janeiro!

Texto do Luta Popular online


sábado, 19 de janeiro de 2013

Crato para a rua !

Não faltes. Traz um amigo.

“ A importância de perder o medo, em determinados momentos
 e circunstâncias da vida, adquire um valor extraordinário porque
 significa lutar para mudar ou ajoelhar-se perante a sujeição.”

Joaquín Lorente

PARA A RUA EM FORÇA:
Pela dignidade profissional.
Contra o holocausto docente que Crato e capangas preparam.
Em defesa da escola pública.
PELA DEMOCRACIA.
FMI E TRÓICA FORA DE PORTUGAL!
Contra a miséria e o desemprego.
Demissão imediata do governo dos traidores Passos e Portas!
Pela Educação, pela razão, pela vida, por uma vida digna.

Não faltes, a luta é tua. Olha bem à tua volta. Um dia se tudo estiver perdido que dirás de ti? Que dirão de ti?!
- Que lutou dignamente e ganhou ou que se curvou e fugiu que nem um rato.
Lá te espero, caro colega, amigo, companheiro.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Holocausto


Com agradecimento público ao João Soares pela foto e pela ideia.
Primeira leitura do relatório do FMI encomendado e cozinhado pelo desgoverno do Afra de Massa-má.
Holocausto. O que foi…
"Holocausto" é uma palavra de origem grega que significa "sacrifício pelo fogo". O significado moderno do Holocausto é o da perseguição e extermínio sistemático, apoiado pelo governo nazi, de cerca de seis milhões de judeus. Os nazis que chegaram ao poder na Alemanha em janeiro de 1933, acreditavam que os alemães eram "racialmente superiores" e que os judeus eram "inferiores", sendo uma ameaça à auto-entitulada comunidade racial alemã.
Durante o Holocausto as autoridades alemãs também destruíram grande parte de outros grupos considerados "racialmente inferiores": os ciganos, os deficientes físicos e mentais, e eslavos (poloneses, russos e de outros países do leste europeu). Outros grupos eram perseguidos pelo seu comportamento político, ideológico ou comportamental, tais como os comunistas, os socialistas, as Testemunhas de Jeová e os homossexuais.”
Texto retirado da Enciclopédia do Holocausto

Dizem que não se repete, mas tem muitas semelhanças…

Holocausto. Aqui e agora, no protectorado alemão, dirigido pelo amanuense, Afra de Massa-má.
"Holocausto" é uma palavra de origem grega que significa "sacrifício pelo fogo". O significado moderno do Holocausto é o da perseguição e extermínio sistemático, apoiado pelo governo fascista PSD/CDS a mando do FMI de cerca de 150 mil funcionários públicos, dos quais 50 mil professores. Os fascistas que chegaram ao poder em Portugal acreditam que os grandes interesses capitalistas e imperialistas são superiores e que os Funcionários Públicos e o Estado são uma ameaça aos chorudos negócios privados. As pessoas não contam, o lucro fácil e a qualquer preço é a mãe de todas as misérias.
No presente Holocausto os amanuenses do FMI também destroem grande parte de outros grupos considerados "perigosamente inferiores": trabalhadores em geral, pequenos e médios comerciantes, pequena e média indústria. Outros grupos são perseguidos pelo seu comportamento político, ideológico ou comportamental, nomeadamente, se ousarem por em causa o pagamento da dívida capitalista, se questionarem e se opuserem aos filhos da troica e ao FMI.
Como a história é um constante devir e a luta de classes ainda não morreu, parafraseando PPC, outro dos nomes dado ao Afra:
“ O povo tem toda a legitimidade para tomar todas as medidas que forem necessárias para escorraçar do poder este governo de traidores.”