sexta-feira, 26 de outubro de 2012

E pur si muove !


E pur si muove !



De acordo com o decreto-lei 75/2008, o Conselho Geral  é o órgão de topo da administração e gestão dos agrupamentos e escolas não agrupadas. No mesmo decreto – lei, artigo 11º, nº1, refere-se o seguinte:
 " O conselho geral é o órgão de direcção estratégica responsável pela definição das linhas orientadoras da actividade da escola, assegurando a participação e representação da comunidade educativa, nos termos e para os efeitos do n.º 4 do artigo 48.º da Lei de Bases do Sistema Educativo.
Das suas competências, artigo 13º, do decreto citado anteriormente, destacam-se: a eleição do director e o acompanhar a acção dos demais órgãos de administração e gestão." 
As competências enunciadas são suficientemente esclarecedoras para percebermos a importância estratégica (muitas vezes, menosprezada) deste órgão. Por isso, a apresentação de listas a este Conselho, não pode, não deve ser vista como um ritual, como o cumprir de mais uma tarefa, ou como um simples desejo de estar presente. Concorrer ao Conselho Geral implica estar consciente da sua missão, ter ideias claras sobre o que se quer ou não quer para o agrupamento ou escola; impõe sair da zona de conforto pessoal e correr riscos de, sempre que for caso disso, discordar sem medo do poder ou dos poderes, impõe espíritos livres, capazes de pensar e decidir sem qualquer constrangimento, muito menos sujeitarem-se a qualquer tipo de coação. Só homens e mulheres desta estirpe dão garantia de que é possível, mesmo nas actuais circunstâncias, construir uma escola, um agrupamento de Rosto Humano, onde o Respeito pela Dignidade Pessoal e Profissional dos Professores será algo tão natural como o ar que respiramos.
Por estes dias, estão a decorrer as eleições para o Conselho Geral Transitório do agrupamento a que pertenço (agora mega). Com muita honra integro uma lista que, definiu clara e objetivamente as suas consignas, os seus princípios, deixou muito claro ao que vem e o que quer. São mulheres e homens que já provaram possuir no seu ADN os valores e o carácter que referi nos parágrafos anteriores.
É verdade que existem noutras listas colegas que merecem todo o respeito pessoal e profissional, amigos que respeito e admiro, partilham connosco ideias e valores, por distração, por falta de tempo, por razões que não importa agora, não pudemos concertar estratégias, sabemos que podemos contar com eles, isso é o mais importante. Mas, nas actuais circunstâncias, no tempo e momento que vivemos e viveremos, no agrupamento, precisamos de decidir sem medo, em consciência, sem restrições ou vazios de política educativa, para isso, é fundamental votar lista B!
Dar força aos princípios e valores que defende, reforçar massivamente e significativamente, a ideia de que queremos um agrupamento de Rosto Humano.

sábado, 20 de outubro de 2012

Malala


Mundo cruel…
Malala, de apenas 14 anos de idade, foi baleada por paquistaneses taliban por defender a educação das raparigas. Podemos tornar o sonho dela realidade se exigirmos que o seu governo implemente medidas de auxílio financeiro para encorajar todas as famílias paquistanesas a enviarem as suas filhas para a escola.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Afra de Massa-má.

Foto : Luís Sérgio



Numa certa floresta vivia um papagaio chamado Afra de Massa-má, mais conhecido por PPC (Palrador Preferido do Capital). Criado desde cedo numa gaiola de privilégios não precisou de se esforçar para sobreviver, os seus donos alimentaram-no com o que havia de melhor: Gaiola dourada, comidinha super, e uma quinta nos arredores de uma das mais lindas serras de Portugal. Em idade escolar inscreveram-no na creche dum tal PPD, Partido dos Parasitas Daqui e além mares/ Paridos Sem Dono. De fala desenvolta, falando falso, revelou-se muito rapidamente, muito velozmente, um dos melhores alunos em matéria de sofismas e demagogia. Nas férias foi frequentando, com ótimas notas, (repare-se que escrevo notas, não classificações) as “ditas universidades de Verão” do PPD, espécie de galinheiro, onde os gurus do capital, vão perorar sobre tudo, mostrando nada saber, a não ser mentir, tergiversar e enganar o povinho. Escolas de formatação e vazio, estas desditas “universidades”, inculcaram na mente da ”nossa” ave a ideia de que para vencer na vida só precisava de estar do lado certo da barricada. E estar do lado certo da barricada implica hoje defender uma coisa e amanhã outra, desde que isso sirva ao tacho capitalista e ao próprio tacho.
Da creche, alguns chamam-lhe” jsd” rapidamente transitou para a gaiola mãe, onde muitos e muitas se digladiavam para ascender ao cargo de “galo-mor”, “o despertador”, o timoneiro do capital que, com seus dotes de oratória, cantarola acordando as restantes aves para o dia que começa.
 O galinheiro à beira mar plantado estava de pantanas, as aves quase já não tinham que comer, tal o desgoverno a que o seu primo (a família papagaio é grande e tem muitas ramificações), Jazz Solípede, distinto aluno duma universidade dependente, mais conhecido pelo nome de um famoso filósofo, sujeitara a capoeira. As raposas Famintas e Muito Iradas rondavam o galinheiro, queriam cobrar a dívida, iniciar o resgate, diziam: ”seremos a salvação”, para isso, dispunham-se, muito generosamente, graciosamente, com o mais elevado altruísmo a enviar para a capoeira a sua melhor equipa, o famoso triunvirato: Fome, Miséria e Desemprego, mais conhecido pelo inapropriado nome de Tróica.
Não aguentando mais, as aves correram com Jazz, hoje emigrante de luxo, na Parislhone, conhecida estância turística à beira do Sena. Prometendo tudo mudar para melhor, falando sempre sofisticamente, docemente, na mais linda das cantorias de papagaio demagogo e mentiroso, Afra alcandorou-se ao poder. Ficou famoso e para a história o seu discurso às aves enquanto oposição, face às medidas austeras de corte na ração por parte do governo de seu primo. E porque foram escritas na pedra da memória, aqui as deixo, para que as aves atuais e as vindouras nunca esqueçam do que é capaz um papagaio que, com passos de coelho, iludiu muitos para servir o grande capital financeiro:
            “O anúncio das medidas adicionais é uma prova gritante do desleixo, da falta de rigor, da incompetência do desnorte (…) Voltam a lançar-se exigências adicionais sobre aqueles que são sempre sacrificados. Não há desculpas nem alibis.”
 

Diz o Mocho, sempre atento e desconfiado destas manobras, que terão sido estas fingidas palavras, sem substância, que fizeram com que as galinhas corressem “que nem baratas tontas” a votar em massa no farsante, enquanto gritavam: “Como os gregos não! Como os gregos não!”. Gregas se viram elas, quando poucos dias depois de tomar o poder, Afra determinou que lhes tirassem mais de metade da ração, incluindo os ditos extras. Consta que algumas morreram à fome, outras foram abatidas para ser vendidas aos mercados, coitadinhos, andavam muito nervosos e assim não podia ser.
- “É preciso pagar a dívida”, dizem os patos bravos que entretanto foram ganhando mais poder. Precisamos de tempo. Por esta altura já as raposas tinham entrado no capoeiro e a fome e a miséria aumentavam a cada segundo. Mas, o Mocho sempre atento e desconfiado destas manobras gritou com toda a sua energia:
 -Não pagamos, uma dívida que não nos serviu! Se pagarmos morremos à fome. Que a paguem os patos bravos que estão a enriquecer com os juros e com a miséria do capoeiro.
No dia seguinte vieram os guardas e levaram o Mocho. Na floresta, com o chão cheio de penas, reina o medo e a indignação contidas. Apesar disso, algumas aves já cantam: “mas que dívida, quem a contraiu, para pagar o quê”?
 - Parcerias Para Patos bravos; aos corvos da banca; às aves de rapina, de linhagem nazi, como o Corges da galinha saxes que, segundo dizem, com todo o desplante, especula e ganha com a miséria?!