segunda-feira, 25 de abril de 2011

Indiferença .




Um comentário que merece um post.
Na resposta ao texto de “ O lacaio “ publicado dia 6 de Abril, como sempre, o colega e amigo Armando Inocentes, deixou-nos um precioso comentário, pela sua pertinência e actualidade faz todo o sentido que hoje, 25 de Abril de 2011, nos detenhamos com a devida atenção no que escreveu. Lembrou-nos ainda Maiakóvsi, em tempo de “vampiros entroikados”, mais instalados e mais sedentos que nunca , façam o favor de ler e reflectir . Acrescento apenas, tudo é connosco, mesmo quando não parece e a INDIFERENÇA mata, mesmo os indiferentes, não parece e muitos até pensam que não, que nada é com eles, até que um dia …
“«A pior das atitudes é a indiferença» (Stéphane Hessel, "Indignai-vos!", 2011, Objectiva, p. 26), e eu diria que, pela sua objectividade e pela possibilidade de o observarmos, o pior dos comportamentos é a indiferença.
E a diferença reside na realidade entre os que são indiferentes, os submissos, os subservientes, e aqueles que resistem, que denunciam, que actuam - os que se indignam e manifestam a sua indignação. “
Armando Inocentes.


Maiakóvski esquecido

Vampiros – Mais actual que nunca. Grande poeta.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Levantes

É Já amanhã ! O Livro Os Levantes da República, de David Luna de carvalho editado pela Afrontamento, será lançado no dia 15 de Abril, sexta-feira, às 21 horas,na livraria “Ler Devagar” em Lisboa. "O livro que agora se apresenta realiza a tipologia, quantificação, seriação, cartografia e análise exaustiva dos tumultos, levantes ou alevantes com que a República se deparou entre 1910 e 1917. Com os mais variados pretextos, a grande maioria deste levantes envolveram razões de natureza político-religiosa. A laicização do Estado e da vida pública constituíram o principal motivo dessas resistências abertas e quando, em 1914, já se dissipavam, eclodiu a Primeira Grande Guerra. Com o seu advento, surgiu um novo ciclo de levantes, agora com pretextos de natureza económica e social. Nesse contexto, no quadro de uma «economia moral» advogada pelas populações, a teologia rigorista das missões populares e da «Missão Abreviada», implementada a partir da segunda metade do século XIX, parece ter encontrado a sua grande justificação. A partir de 1916 houve relatos de um número invulgar de aparições que culminaram nas de Fátima em 1917."


"Ler devagar"



Aníbal fiscalizador - parte II







Crónica de Santana Castilho :




Cavaco Silva pediu ao Tribunal Constitucional que se pronunciasse sobre a decisão maioritária da Assembleia da República, que suspendeu a avaliação do desempenho dos professores. Como referi no meu último artigo, o diploma parlamentar podia suscitar a questão da inconstitucionalidade. Por isso, não surpreende a decisão presidencial. Mas a incoerência do presidente, para não lhe chamar parcialidade (Cavaco Silva apoiou sempre Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues nas políticas persecutórias dos professores) não pode passar em claro. Com efeito, com maior razão formal do que a que ora usou, Cavaco Silva não deveria ter deixado passar sem fiscalização os normativos que salvaram as trapalhadas dos exames do 12º ano, no primeiro Governo de Sócrates, deveria ter enviado ao TC o diploma da gestão das escolas, que cilindrou a Lei de Bases do Sistema Educativo, e deveria ter perguntado aos meritíssimos juízes o que é que eles pensam dos cortes salariais dos funcionários públicos. Ou da anormal normalização da retroactividade das leis. A bem da República. E da Nação.


O texto completo desta e de outras crónicas pode ser lido , no blogue de Santana Castilho - VER OUTRAS LEITURAS , no lado direito do blogue ).

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Aníbal fiscalizador

O Aníbal fiscalizador.

Dentro do labirinto
do labirintodonte
há um gigante
a guardar uma ponte.

( Ainda hoje me pergunto o que seria )

“ Não te preocupes com o que o presidente quer dizer, escuta apenas o que diz. E se não compreenderes o que diz não te preocupes.”
“ Não me preocupe? Não me preocupo como?”
“ Vai dar uma volta, arejar, e voltas a mergulhar nas grelhas e nos relatórios num outro dia qualquer.”
“Hum…”
“Hum, nada.”
“Hum…”
“Sabes o que é um condor?”
“ Não exactamente…”
“É uma ave de rapina. Vive em Belém, lá bem nos picos. É capaz de levar um cordeiro pelos ares.”
“E?”
O Aníbal passou-me a folha. Era um microconto de Maria Rodrigues Vilar “chamado “Como destruir a escola. Uma aventura sem lei”. História trágica; dantesca; fraude iníqua; com terror sem fim, ou coisa que o valha. Com prefácio do insigne, douto, professor e mestre Sabetudo, sobretudo, de avaliação, engenheiro de domingo, senhor Sousa, e nela estavam escritas apenas as seguintes palavras:
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá.
“ Parece giro. O homem sonha com a avaliação, mas, quando acorda descobre que, depois de tantos avanços tecnológicos, há coisas e pessoas que ainda estão na idade da pedra.”
“Porreiro Pá, nada mau.”

Adaptação de texto a partir do livro de Rui Zink : O Aníbaleitor

Nota final: A compreensão deste texto só será total se for acompanhada da leitura do post anterior: O LACAIO.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O LACAIO


O LACAIO


Recebi por email, não trazia nome de autor, mas merece uma leitura atenta

“A síndrome do lacaio é uma doença do século XXI, que explica o embrutecimento das multidões, a inércia face ao aumento das injustiças e a generalização do egoísmo social.
O lacaio tem um comportamento patológico que o faz defender sempre as classes mais favorecidas, com prejuízo daquela a que pertence. Não tem consciência política e age sempre a favor dos que o exploram, na esperança de atrair benevolência.
O lacaio não escolhe gostar dos ricos (gosta deles precisamente porque é lacaio) e considera que o dinheiro que lhe faz falta é muito mais útil nos cofres de quem os tem já cheios.
O lacaio ou herda a sua condição (depois de tantos séculos de escravatura e de feudalismo, pode ser que exista já uma transmissão genética...) ou sofre de uma patologia que se desenvolve desde a infância mas se agrava quando o sujeito toma consciência da mediocridade da sua condição.
O lacaio desenvolve estratégias inconscientes para estabelecer um equilíbrio cognitivo que ajude a justificar a aceitação da subordinação e a sublimar a desilusão.
O lacaio tem um vago sentimento de injustiça, mas convence-se que está do lado correcto da barricada e encaixa maravilhosamente medidas de austeridade ou restrições de liberdades. É a favor da existência de câmaras de vigilância, mesmo que estas não o protejam do que quer que seja.
O lacaio sente-se perfeitamente seguro pela pertença a uma classe social a que é perfeitamente estranho e considera-se integrado no conjunto de 1% dos cidadãos privilegiados do seu país – tal como 20% dos seus compatriotas, lacaios como ele.”

Nasce Selvagem

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Marcha adiada.

Não tenho tempo para comentários longos, fica para depois, mas, parece-me um erro estratégico grave.
Da declaração onde se anuncia o adiamento ressalto a seguinte passagem: "No que respeita à intervenção da comunidade educativa a uma só voz, durante a campanha eleitoral pretendemos ir mais longe e, assim, entregaremos propostas concretas, que pretendemos ver reflectidas nos programas e compromissos eleitorais, em 6 áreas:

• Financiamento da Educação
Acção Social Escolar
• Rede Escolar
• Gestão das escolas e modelo organizacional
• Recursos das escolas (materiais e humanos)
Escola Inclusiva ".


FICAMOS ATENTOS !