sexta-feira, 12 de junho de 2009

Gestão das escolas. O que está em causa?




O actual Modelo de Gestão está preparado para retirar às escolas capacidade de autonomia e esvazia completamente a democracia no espaço escolar, sobretudo a participação dos professores nas decisões. A partir deste momento, quem decide o que é a escola, quem a dirige e quais os seus projectos serão, na maior parte das vezes, interesses opostos aos da verdadeira educação e verdadeira pedagogia. Algumas Autarquias, Associações de Pais, e outras associações com representação no Conselho Geral optarão, sem pudor algum, pelo lado folclórico, pelo lado festivo e artificial, por defender interesses estranhos e nefastos para o trabalho sério e de verdadeira integração feito pelos professores. Qualquer festarola “para inglês ver” terá mais importância do que pugnar por verdadeiras condições de trabalho e de sucesso. Quem se candidate a Director defendendo a escola (professores, funcionários, alunos), demonstre ideias, princípios, valores democráticos e não “ venda a alma ao diabo” entrando em jogos de cedências e contrapartidas dificilmente sairá vitorioso.
Mas o problema, o verdadeiro problema, como diz, o Francisco Almeida (do secretariado Nacional da Fenprof) : “é o regresso a um modelo autoritário de escola e alguns professores não fizeram ainda o registo dos reais objectivos do Governo neste domínio – formatar as escolas, todas as escolas, criar uma rígida cadeia hierárquica de comando de tipo militar, formatar a actividade docente, criar as condições logísticas e organizativas para aplicar outras medidas.”
O Perfil do Director escolhido ou a escolher poderá ser importante: uma liderança democrática, não ser correia de transmissão das ilegalidades emanadas do M.E., perceber e sentir o pulsar da escola, não ser carreirista, ter preocupações pedagógicas sérias. Isto poderá ser importante… mas o fundamental e indispensável é continuarmos a lutar de todas as formas para a revogação deste modelo.

1 comentário:

  1. Infelizmente não posso deixar de concordar contigo, Luís. Será que ainda há volta a dar? Espero bem que sim, que as vivências democráticas ganhem novo fôlego... e contem comigo!
    Um abraço democrático.

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