sábado, 11 de julho de 2009

Entrevista a Miguel Real


A propósito de A MINISTRA, a "Notícias magazine", revista do DN, publicada aos sábados , traz hoje uma interessante entrevista com Miguel Real , a não perder...
Para aguçar o apetite aqui ficam alguns excertos:

"NAS ÚLTIMAS décadas, Luís Martins fez nascer Miguel Real, pseudónimo com que publicou mais de duas dezenas de romances, ensaios e peças de teatro. Agora, os papéis inverteram-se e Miguel Real deu «voz» às preocupações do seu autónimo – Luís Martins é professor de Filosofia na Escola Secundária de Mem Martins. Uma conversa sobre ensino, cultura e literatura com o autor do livro A Ministra (recentemente lançado pela Quid Novi), uma sibilina crítica à política de educação do actual governo, corporizada numa mulher fria, calculista e maquiavélica.

Descontando o perfil pessoa da «sua» ministra, há uma evidente ligação à actualidade da política de educação em Portugal...

Sim. A política de educação seguida por este governo, pelo primeiro-ministro e pela ministra, foi feita de maneira ostensiva, burocrática e sem diálogo, com prazos superapertados. Estamos perante uma educação sem valores, a trabalhar apenas para a tecnologia. O governo pretende que os professores façam do aluno exclusivamente um homem tecnológico e num prazo de quatro ou cinco anos. É uma política pombalina. O marquês de Pombal quis à força, prendendo e exilando pessoas, transferindo saber estrangeiro, que ficássemos ao nível da França e da Inglaterra. José Sócrates tem esse sonho pombalino, com a única diferença de que não pode prender nem matar – nem o quer fazer com certeza. Mas quer, ferozmente, desenhar um homem tecnológico, vazio de alma, não investindo na cultura. A educação é o coração da cultura, a alma cívica. E estamos simplesmente a dar matéria e com os níveis de exigência a baixar. Ou seja, a preparar um aluno a ser apenas apto para executar uma profissão.

E isso é necessariamente mau?

É mau porque estamos a criar pessoas como se fossem robôs. Na escola pensada por José Sócrates não se quer dar valores nem cultura, apenas o mínimo de princípios cívicos que fazem parte do politicamente correcto tecnológico. A escola deve dar um ensino humanista."

Para ler entrevista completa . CLICA AQUI.

3 comentários:

  1. Excelente notícia, Luís. É bom saber que este livro está a ser divulgado... é mais uma forma de a opinião pública conhecer os bastidores das "coisas" da Educação.
    Um abraço para ti e para o Luís (o Miguel Real).

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  2. Boa entrevista. Já tinha lido a edição impressa. Mas fizeste muito bem em divulgar. Felizmente ainda há escritores que dizem alguma coisa. Não conhecia e gostei da última resposta :" O sermão do bom ladrão (...)um rei pode visitar o inferno e lá não encontrar todos os ladrões,mas um ladrão que vá para o inferno encontrará lá reis ."ACTUAL.

    Abraço !

    Filipe Guerra.

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  3. De ÓSCAR MARTINS.

    Depois da devida autorização.
    deixo-vos o comentário que o colega e amigo Óscar enviou via E-mail :

    Caro Luís,
    Uma entrevista muito lúcida. Infelizmente, parece que “esta gente” está irredutível na sua verdade.
    Talvez tenham o que merecem nas próximas eleições.
    Vai ser nessa altura que irei ver a real capacidade de discernimento do nosso eleitorado.

    PS: Gostei da “Frase do Dia”.
    Um abraço,
    Óscar

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