sábado, 17 de outubro de 2009

Uma certa defesa da honra.


Uma certa defesa da honra.
A propósito de uma certa defesa da honra, via e-mail que não recebi na sua versão original, chegou reenviado por uma pessoa amiga. Nessa suposta defensa de honra, onde se cita um extracto do meu projecto, afirma-se que me terei pronunciado favoravelmente à candidatura TEIP da PAN. Não sendo verdade vamos aos factos.
Fora do contexto as citações e os extractos de texto têm o valor que lhes quisermos dar e servem sempre quem as cita:
O extracto referido é efectivamente retirado do meu projecto de candidatura, foi redigido num determinado contexto, cuja candidatura também deve ser contextualizada. Reproduzo-o de novo:
Candidatura do Agrupamento a Território Educativo de Intervenção
Prioritária (T.E.I.P.):
Debate do processo de candidatura com o Conselho Geral, o Conselho
Pedagógico, os Departamentos Disciplinares e as Associações de Pais.
Tomada de decisão bem fundamentada nas vantagens e desvantagens da
candidatura e na aceitação e mobilização por parte da comunidade.
Adaptar o projecto educativo.
O princípio da inclusão que preside à filosofia de base de criação dos
TEIP deve salvaguardar também a inclusão e o apoio de todos os alunos e
preparar a integração no Ensino Secundário.
Contextualizemos então as “coisas” :
1. A direcção do agrupamento apresentara antes do concurso para Director o projecto de candidatura a Escola TEIP, com “discussão” no CGT. Criando algumas ilusões nos elementos fora da escola, o processo de candidatura a TEIP estava em curso. Com o processo iniciado e perante as instâncias oficiais não poderíamos pura e simplesmente parar só porque a eventual nova direcção da escola não concordava. A organização escola deve honrar os seus compromissos e a rescisão a acontecer deve ser de base democrática e fundamentada. Conhecendo esta situação resolvi fazer referência a este processo no meu projecto.
2. Conhecia a decisão da maioria dos membros do agrupamento – desfavorável à candidatura TEIP. A apresentação de candidatura foi ao “arrepio” do resto da escola e tomada isoladamente pela Direcção Executiva do agrupamento.
3. Esta era uma realidade à qual não podíamos escapar, por isso entendi fazer uma referência a este processo, com o cuidado necessário de não hostilizar os elementos “estranhos ao agrupamento” iludidos com este “mirabolante projecto”.
4. Esta é a única passagem do projecto em que me refiro às escolas TEIP, por isso, considero abusivo e desminto que seja uma posição favorável, uma leitura atenta prova o contrário ,subtilmente defendi uma estratégia processual que nos permitisse voltar atrás e só deixo essa possibilidade em aberto se for uma decisão da comunidade (sabia que fora recusada, repito).
5. Interpretemos então a referida passagem parágrafo por parágrafo:
A) Debate do processo de candidatura… Debater não significa concordar, não representa anuir, muito menos “pronunciar favoravelmente”, debater pode ser um momento de afirmação e contradição. Permitia voltar ao início, era dada a possibilidade aos membros do agrupamento, caso mantivessem a posição anterior, de rejeitar a candidatura. No dicionário nos diversos significados da palavra debater não encontrei uma só onde debate significasse anuência, concordância, pelo contrário, na maior parte dos casos debater significa: “analisar um tema, assunto ou problema com um ou mais interlocutores, fazer um debate, Discutir.”
B) “Tomada de decisão bem fundamentada nas vantagens e desvantagens da candidatura e na aceitação e mobilização por parte da comunidade.” O processo só iria para a frente se de uma forma comprovada e fundamentada se verificasse existirem vantagens no processo de ensino aprendizagem e no sucesso dos nossos alunos. Pressupondo ainda aceitação e mobilização por parte da comunidade, o agrupamento já se pronunciara desfavoravelmente e não estava nem está mobilizado para este projecto, sabia-o.
C) Adaptar o projecto educativo. O projecto educativo do agrupamento não está, nem estava adaptado à candidatura TEIP, é de algum modo contranatura. Adaptá-lo, permitiria repensar e rever essa candidatura, pelo menos ganhávamos tempo e o processo não avançaria tão depressa. Era importante através do projecto educativo definirmos um rumo, saber bem o que queríamos antes de avançar numa candidatura que virá alterar radicalmente a filosofia educativa do nosso agrupamento.
D) O princípio da inclusão que preside à filosofia de base de criação dos TEIP deve salvaguardar também a inclusão e o apoio de todos os alunos e preparar a integração no ensino secundário.
Na prática, até agora, os TEIP preocupam-se com alunos indisciplinados, “os coitadinhos”, etc., etc., esquecendo os outros, baixando a qualidade do ensino. Referir isto é “levantar” já uma grande objecção à aprovação dum projecto desta natureza. A escola deve incluir todos e não trabalhar só para alguns. Não vejo neste parágrafo um pronunciamento favorável às escolas TEIP, percebo o contrário.

Notas Finais :

1.Como se comprova nunca me “pronunciei favoravelmente à candidatura TEIP”, defrontei-me com uma realidade que não poderia ignorar, era preciso agir com bom senso e, sobretudo, com a estratégia mais adequada para o sucesso do agrupamento.
2. É verdade que essa possibilidade fica em aberto, mas isso deve-se ao facto de a minha candidatura defender uma liderança democrática, ao contrário do que acontecera antes, defendia e defendo que a decisão final compete a todo o agrupamento. A opção pela continuidade ou não da candidatura devia e deve ser (continuo a pensar assim) uma decisão de todos os membros do agrupamento, já que a todos implica, a todos responsabiliza.

Posto isto : DESMINTO CATEGORICAMENTE QUE ALGUMA VEZ ME TENHA PRONUNCIADO FAVORAVELMENTE À CANDIDATURA TEIP.

P.S. Há algo de estranho nesta defesa da honra: ser efectuada através de um e-mail do Director que eu não recebi ( estranhamente o meu e-mail não consta nessa lista). Mas, cada um dá os tiros nos pés que quiser, desde que não seja eu a fornecer a pistola. E, por hoje termino… tenho mais que fazer!

6 comentários:

  1. Sérgio !

    De certeza que se trata de algum ressabiado com a consciência pouco tranquila.

    Grande abraço,

    Filipe

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  2. Caro amigo

    A honra deve ser alicerçada em princípios e valores que a fundamentem. A palavra será importante quando as atitudes manifestem consonância com a mesma. Para mim és um colega solidário, competente e com visão. Ser presidente ou director representa uma função, o homem estará sempre por detrás desta.

    Um abraço solidário

    José Luís Costa

    Prof. aposentado

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  3. Honra e verdade... requer pessoas de bem... e sei com certeza que tu és uma delas.
    Como disse um dia : obrigado por mostrares que a dignidade e o respeito por todos fazem parte dos teus princípios.
    Abraços
    Manuela Guedes

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  4. Caro Filipe !

    Trata-se de facto, tudo indica, de alguém com consciência pouco tranquila.

    Grande abraço !

    Luís Sérgio

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  5. Caros José Luís e Manuela !

    Muito obrigado pelas vossas simpáticas palavras.

    Abraço solidário e amigo,
    Luís Sérgio

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  6. Caro Luís Sérgio !

    Não precisa de se preocupar com desonrados, o Luís já mostrou o que vale. No caso presente basta lerem com atenção. se calhar alguém anda a querer desviar atenções, ou como diz o colega Filipe está comprometido.

    Professor Revoltado

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