domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mais de nove mil professores aposentados em dois anos.

Mais de nove mil professores aposentados em dois anos, notícia do DN

Não são precisos mais estudos sobre o descontentamento e mal-estar docente, basta que se olhe com espírito livre e sem preconceitos para estes números. As condições de trabalho continuam a degradar-se dia a dia e as perspectivas de carreira vão piorando. Acho piada, imensa piada para não dizer outra coisa aos dirigentes sindicais que não salvaguardaram o essencial e agora falam e lamentam-se, começo a ter pena deles, coitados, porque como dizia o Ricardo Pereira dos primeiros tempos dos Gato Fedorento: “ Quando vejo que há aí palhaços, pá, que falam falam falam falam falam, pá, e eu não os vejo fazer nada, com certeza que fico chateado.”Então não foram estes mesmos senhores que assinaram um acordo que não salvaguardou a recuperação do tempo de serviço perdido na passagem de uma carreira para a outra e, agora, estão desagradados com tal facto. Já não há pachorra!

Para ler artigo do DN ( Clica aqui.)

3 comentários:

  1. Caro Luís
    Estes números falam por si. Infelizmente sabemos que na sua maioria são colegas que se aposentaram antecipadamente, com penalização, mas acima de tudo com uma grande necessidade de "fugirem". Na minha escola ocorreu uma "sangria" nestes dois últimos anos e todos os que se ausentaram levaram consigo mágoas, algumas das quais bem profundas.
    No dia 25 de Outubro de 2009, coloquei no meu espaço (que tu conheces) uma mensagem de "homenagem aos que partem". Espero que não te importes que eu transcreva aqui o teor dessa mensagem, porque continua a ser actual.
    Um grande abraço para ti e para todos os bloguistas que por aqui passam...

    " Ontem, 24 de Outubro de 2008, participei num jantar de homenagem a um grupo de professores que se reformou. Nesta homenagem, mais do que merecida por quem deu grande parte da sua vida à causa da educação, juntaram-se várias dezenas de pessoas (maioritariamente professores).
    No discurso dos homenageados, transpareceram dois sentimentos: o de alegria, em consequência da sensação de uma nobre missão cumprida, e o de tristeza, provocada pela crescente desconsideração pelos professores por parte da tutela e por grande parte da sociedade.
    Estes professores partem, mas ficam... ficam na memória de todos aqueles que com eles se cruzaram e que com eles conviveram e aprenderam bem mais do que aquilo que os manuais ensinam: o significado de ser pessoa.
    "O poeta e o músico tiveram o seu nome escrito na História, mas ninguém recorda quem foram os seus mestres. No entanto, há uma beleza imensa nesse passar despercebido, nesse ter rasgado as mãos ao trabalhar nos escuros alicerces de um mundo melhor. Uma beleza que só é apreciada pelas grandes sensibilidades, como são as daquelas pessoas que se dedicaram de corpo e alma à educação".
    Para estes e para todos os outros professores, os que ainda estão no activo e os que já partiram, em particular os que infortunadamente não tiveram direito a uma mais do que justa homenagem, o meu Muito Obrigado por existirem."

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  2. Caro Luís Sérgio:

    Eu também já existi.... também já vivi... agora sobrevivo...

    Se pudesse, também fugia... estou a pensar dedicar-me ao atletismo para ver se consigo!

    Claro que fugiria com mais alegrias do que com mágoas... porque aqueles que provocam todos estes sentimentos esquecem-se que foi com pessoas como nós que aprenderam (quase) tudo o que sabem, pelo menos nos seus tempos iniciais.

    Continuemos a sobreviver mas transformemos isto numa arte que beneficie os vindouros.

    Armando Inocentes

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  3. Caro Luís Sérgio !

    Mais uma vez tens razão, não são precisos estudos sobre o estado da docência, basta que se entendam estes números. Mas, já não basta reflectir é preciso fazer alguma coisa.

    Gostei muito dos comentários dos colegas João e Armando.
    Ab,

    Professora

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