Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara
José Saramago
Os escritores não morrem.
Morreu José Saramago, mas a sua imaginação fica, a sua obra perdura, os livros e os sonhos que neles deixou continuam disponíveis. Acabou uma vida, outras tantas sobrevivem. Os poderes mágicos e encantatórios de “ Blimunda” de O Memorial do Convento continuam a viagem dos sonhos e continuarão a deliciar-nos.
Para lá das polémicas, das discordâncias, para lá de tudo … fica o desejo, o apelo, à filosofia, ao pensar, incrustados nas várias azinhagas da sua literatura. Leiam-no!
Declarações mais que actuais...
Os HOMENS não morrem, vivem nas suas obras ....
ResponderEliminar“Não é verdade. A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o viajante se sentou na areia da praia e disse: «Não há mais que ver», sabia que não era assim. O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre. O viajante volta já”.
José Saramago, "Viagem a Portugal" - O Campo da Palavra, Lisboa 1995, p. 387.
Abraço, RS.
Cara Rosa Silvestre !
ResponderEliminarMuito obrigado pelo comentário e, sobretudo, por recordar este excelente excerto.
Ab,
Luís Sérgio
Caro Luís Sérgio:
ResponderEliminarÉ mais uma perda de peso. Polémico mas inquebrável...
Não partiu! Continua entre nós.
Um abraçoa a todos...
Caro Luís !
ResponderEliminarAcabei de ler CAIM, mais uma vez, polémico, mas só os grandes HOMENS são capazes de polémica. Um bom post para homenagem.
O trecho de VIAGEM A PORTUGAL que nos trouxe R. Silvestre é fabuloso.
Bjs,
Professora