quarta-feira, 2 de março de 2011

Sair da Caverna .

É preciso sair das cavernas !

“Homens algemados de pernas e pescoços desde a infância, numa caverna, e voltados contra a abertura da mesma, por onde entra a luz de uma fogueira acesa no exterior, não conhecem da realidade senão as sombras das figuras que passam, projectadas na parede, e os ecos das suas vozes.”

Platão, República.

Desta vez é que é, acreditemos que sim. Parece que de novo a maré se vai levantar e erguerá de forma indestrutível. Temos de sair do muro de lamentações, das cavernas, que são as salas de professores, tornar visível e pública a luta. Lutar sem medo, sem tibiezas e sem disfarces. Ou arriscamos e de uma vez por todas enfrentamos de frente o monstro que oprime as escolas e os professores em particular, ou calamo-nos para sempre. A escolha é nossa, é vossa, de todos e de cada um: continuar sobrevivendo submissos, sem carácter, sem dignidade, ajoelhados, ou, mais uma vez, erguer a cabeça e seguir em frente. O mais fácil é sucumbir ao desânimo, à frustração, ao “deixa que os outros fazem”, mas esta não é uma forma digna de viver, não é uma forma corajosa de SER PROFESSOR.

O PROFESSOR tem o dever moral de ser um cidadão justo, tem o dever de não ficar indiferente. Como pode falar de cidadania quem vive aprisionado na caverna de costas para a luz e só vê sombras, mas não ousa subir o muro para contemplar a realidade.

O PROFESSOR combate as trevas, ensina os caminhos, desvenda a realidade e os saberes, aponta novos rumos, outras maneiras de ver e sentir. O conformismo é negação do saber, o contrário do conhecimento. Conhecimento é acção, partilha e luta contra o obscurantismo e toda espécie de malvadez, por isso, não é digno de respeito o que se resigna e aceita a escravidão. Respeitemo-nos para que nos respeitem!

É verdade que ainda não curámos as feridas da traição de alguns dirigentes sindicais, o sangue ainda jorra e a ferida dói, mas, com dores ou sem dores, o momento é de unir esforços, porque chegará o momento em que a maré de tão alta e forte destruirá a rocha arrastando consigo todos os que nos venderam aos Cavalos de Tróia.

Manifesto da plataforma sindical - CLICA AQUI !


4 comentários:

  1. caro Luís
    Mais uma excelente demonstração do teu espírito crítico. Assim o esperamos, assim o desejamos, assim o façamos...
    Grande abraço.

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  2. "O PROFESSOR combate as trevas, ensina os caminhos, desvenda a realidade e os saberes, aponta novos rumos, outras maneiras de ver e sentir."

    Caro Luís, esqueceste-te de dizer que O PROFESSOR trabalha cada vez mais, preenche cada vez mais impressos, relatórios, projectos, que O PROFESSOR tem cada vez menos tempo livre para os seus hobbies e para a sua família e também te esqueceste de dizer (ou escrever!), que O PROFESSOR tem cada vez mais reuniões (fora de horas...) e que O PROFESSOR ganha cada vez menos...

    Saiamos da caverna, mas atenção que lá fora as trevas são enormes!...

    Um abraço.

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  3. Caro Luís Sérgio !
    Concordo plenamente, encher o Campo Pequeno pode ser muito importante, talvez decisivo. Dar força à resistência. Como no meu clube ,que ninguém fique em casa, porque todos sabemos porque não ficamos em casa. Se ficarmos em casa aceitamos esta pulhice.
    Obrigado.
    Força !
    Pedro M.

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  4. E os palhaços que pediram aulas assistidas sem necessidade, também vão?

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