sexta-feira, 16 de julho de 2010

Reflexão

Reflexão

Vivemos tempos conturbados na educação, tal como no resto da sociedade, tempos de alguma hesitação e medo. As salas de professores, em final de ano lectivo, mais parecem ”velórios”. Vejo desânimo, exaustão, desgaste, caras tristes e cansadas. Há luto oculto, há sofrimento, a tirania instala-se e adensa-se. O que mais me custa é o conformismo, a aceitação do inaceitável, custa-me ver homens e mulheres bons subjugados, por isso, lembrei-me de trazer à reflexão uma frase de Martin Luther King citada, nos últimos tempos, por alguns amigos:

“O que mais me preocupa não é o grupo violento, dos corruptos, dos desonestos, dos sem carácter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons, dos honestos."

7 comentários:

  1. Sérgio !

    A frase do Luther King é de um significado muito grande, de facto, se os homens bons e honestos não se calassem tantas vezes a escola e o mundo eram outros.

    Grande abraço,

    Filipe

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  2. Luís Sérgio:

    Silenciamo-nos enquanto podemos falar (wrong option!). E quando já não pudermos dizer nada? Isto faz-me recordar aquele velho poema que todos os Professores (homens bons e honestos como diz o Filipe) deveriam ter sempre presente:

    Tu sabes,
    conheces melhor do que eu
    a velha história.

    Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor
    do nosso jardim.

    E não dizemos nada.

    Na segunda noite,
    já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.

    Até que um dia,
    o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.

    E já não podemos dizer nada.


    Eduardo Alves da Costa
    in “No caminho com Maiakóvski”,
    São Paulo, Ed. Círculo do Livro, 1988.


    Grande Abraço!

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  3. Caro Luís !
    Realmente é preocupante o silêncio dos bons. Vamos assistindo à humilhação e tentativa de silenciamento de colegas e amigos como se nada fosse. Será que perdemos a coragem ,a fibra. Confesso tristemente que até já chorei por não conseguir reagir no momento próprio. Aproveitemos as férias para reflectir : Para quê tanto medo se temos razão.

    Gostei muito dos comentários do Filipe e do Armando. O poema que o Armando deixou diz-nos tudo. Reflictamos também nele.

    Mil beijinhos e nunca desistas .

    Professora e amiga.

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  4. Caro Luís
    Infelizmente não posso deixar de te dar razão. É esse o espírito que reina, sem que que se veja uma luz forte e esperançosa ao fundo do túnel, embora algumas experiências sejam gratificantes e verdadeiras pedradas no charco, tal como aquela que relatei ("postei") no espaço que tu conheces.
    Estou a escrever este comentário minutos depois de me ter cruzado com a ex-sinistra da Educação... imagina como está o meu estômago.
    O vídeo/música é muito bonito(a). O gladiador morreu e assim alcançou a liberdade... espero que o consigamos de outra forma!!!
    Um grande abraço para ti e para os bloguistas que por aqui passam...

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  5. Caro João !

    Depois de um encontro desses, nem sei como conseguiste postar, imagino que os vómitos tenham sido muitos e por longo tempo, mas que encontro ?!
    Vê lá se começas a andar por sítios não poluídos e sem excrementos, essa sinistra coisa, representa o que de mais abjecto já passou pelo ME e deixou escola, embora com sorrisos delicodoces .

    Grande abraço,

    Luís Sérgio

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  6. Caro Luís Sérgio !

    Se os bons e honestos acordarem rolarão cabeças de muitos tiranos.Se continuarmos com medo , como diz o poema: " arrancam-nos a garganta".Eu cá, prefiro lutar." Vitória ou morte !"

    Grande abraço e boas férias !

    Professor Revoltado

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  7. Do Óscar Martins !

    Via Email :


    Caro Luís Sérgio,

    Realmente, a situação está pouco “interessante”.

    Em vez de estabilizar (ou melhorar!), tem vindo a piorar.
    E não me parece que as perspectivas sejam famosas.
    Um abraço,
    Óscar

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