Foto : L.Sérgio
Serviçais, lacaios, podem encontrá-los nas salas de professores, um dos seus “habitats” preferidos, mas estão em toda a parte: da mais baixa à mais alta hierarquia e o seu único desígnio é o servilismo humilhante. Vivem acossados, o seu umbigo e o seu chefe determinam a sua existência. A forma fácil como se reproduzem faz desta coisa à beira-mar plantada uma espécie de gaiola de escravos amestrados. Por isso, hoje, aqui e agora, resolvi prestar-lhes a minha sentida e sincera homenagem.
Serviçal/Lacaio Deixa estar, não é contigo, que interessa? Tenta passar despercebido talvez seja melhor assim. Não, não tenhas pressa governas-te bem assim. Como, assim?! Sem coluna vertebral, vendido subtraído, não passas de animal, um réptil imundo. Se não é contigo, Não é. Estás bem, esquece deixa estar, olha a tua vidinha, pequenina mesquinha triste, às vezes grande no medo que te consome te mata. Miserável, és o medo, sim o medo de viver de ser de tomar posição ter opinião. Não existes E, por um acaso, Só por acaso, Se existes, Ah! És a vidinha. Ficas bem assim. Verme rasteja bajula esconde-te, e, se puderes se conseguires olhar-te ver-te ao espelho, repara repara bem no medo infernal no medo sem igual. Olha bem Sim, Observa-te Com rigor Sim, Bem assim És tu, Rastejante Untuoso Delirante. Não. Não é contigo. Não, não! Vida Alegria Sentido. Observa-te olha-te bem, submetido ajoelhado empedernido subjugado, um menos de nada um claro e insignificante nítido nulo assim, és tu, simplesmente, anulado, indecentemente prostrado, miseravelmente lacaio, incrivelmente serviçal, estupidamente visceralmente canalha, Sem igual.
Luís Sérgio /2012
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Caro amigo Luís Sérgio:
ResponderEliminarPela primeira vez não tenho palavras para comentar a tua genialidade poética...
Resta-me dizer-te que estou solidário contigo e que com a tua devida autorização tenho "ganas" de publicar este poema no meu blog!
Grande Abração!
Caro Armando !
EliminarMuito obrigado pelas tuas simpáticas palavras, genialidade é "forçar muito a barra",brinquei simplesmente com as palavras e deu-me gozo a escrita e ridularizar a "canalha" que vemos desabrochar à nossa volta.
Grande abraço,
Luís Sérgio
Sérgio !
ResponderEliminarMais uma extraordinária síntese, o Armando tem razão, isto não pode ficar por aqui, precisa de maior divulgação. Esta absorção dA MISÉRIA PORTUGUESA E DAS NOSSA ESCOLAS, só mesmo tu. Obrigado pela partilha ,vou divulgar o mais possível, afinal é este o povo que temos, embora tenha esperança de que acorde, senão tudo será muito triste.
Grande abraço,
Filipe
Filipe !
ResponderEliminarObrigado !tal como disse ao Armando , simplesmente brinquei com as palavras, também é verdade que gostei de escrever sobre a canalha que nos prejudica a todos.
Grande abraço,
Luís Sérgio
Querido amigo !
ResponderEliminarLindo. A tua atenção e sensibilidade descobre estas coisas que, muito bem e subtimente chamas pelo nome.
Bjs,
Professora
obrigada !
EliminarBoa Páscoa
bjs
Se Camões fosse vivo escreveria assim...
ResponderEliminarI
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
NOTA: foi-me enviado por e-mail de autor desconhecido.
Armando ,
EliminarMuito bom, obrigado pela partilha.
Boa Páscoa !
Grande abraço,
Luís Sérgio