"Romance histórico foi
assaltado por autores impreparados"
Miguel Real ao DN – Clicar!
A Europa está de rastos, já o
sabemos – e as ameaças que vêm de fora são muitas. Olhar para a Europa hoje e
imaginar o que pode acontecer-lhe neste século é um exercício interessante, e
foi exactamente isso que fez Miguel Real no seu mais recente romance, O Último
Europeu, que acaba de sair para os escaparates.
O Romance
passar-se-á supostamente em 2284, mas, em matéria de educação, “Agencionistas” e “Acratas” são hoje uma dura realidade. Pena, que não
haja uma outra saída para estas personagens senão transformá-las em agentes
telecomandados de uma suposta escola constrangedora, controladora e
conformista. É que não consegui separar os “agencionistas” e “Acratas” do
típico e atual professor, em modo zombie, que prolifera cada vez mais nossas
escolas. Esperava uma saída positiva que nos aliviasse os dias negros de
submissão e desalento. Mas se o narrador nos pretende “falar” do fim da Europa,
melhor, do último europeu, por que é que a educação seria diferente. Em bom
rigor uma educação diferente implicaria um Homem Novo, uma Nova europa, um novo
mundo e não o estertor da suposta europa e do seu suposto fim. Suicidar-se-á o
“Ultimo Europeu”, fugirá para renascer. Afinal, tudo isto é ficção, ficção
científica, ou será que o Último Europeu é apenas um desafio à escrita, à leitura
? E se , afinal, um suposto romance ficcionado para 2284 não passar de um “luar
do real, como diria Roland Barthes ? Decidi vós, caros amigos, caros leitores,
eu simples narratário que ainda não digeriu completamente a narrativa,
limitar-me-ei, para já, a aconselhar-vos, se me permitis tal ousadia, a leitura
do mais recente romance de Miguel Real .
E, em verdade
vos digo, a leitura não faz mal, outro tal não diria de discursos de
presidente, esses saberá o Demo quantos males nos trazem?
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