A propósito de uma Crónica de
Santana Castilho que não pode “cair” no esquecimento.
Guião de Leitura
Nota prévia:
Nota prévia:
Proposta para ser aplicada em qualquer reunião de
professores ou sala dos mesmos, quando acordados e em intervalo de vida do seu
imenso estado zombie, vegetativo e mal formações congénitas de doutorice
esquizofrénica. Os catedráticos de trazer por casa, com necessidades de afirmação,
estilo “doutor da mula ruça”, não deverão participar na discussão, a sua azia
individualista, o seu narcisismo, poderão destilar a inação por mediocridade
latente.
Objetivos:
Estimular a leitura
Distinguir Crónica da Notícia e da Reportagem
Conhecer e identificar a finalidade da Crónica.
Agitar a consciência adormecida da “classe docente.”
Etapas:
1. Escolher
uma boa Crónica, sugiro uma do professor Santana
Castilho, publicada no jornal Público, de 11de fevereiro de 2012.” Municipalização da educação: quietinhos, não respirem, já está!"
Se não quiserem
gastar dinheiro em fotocópias poderão lê-la aqui.
2.
Distribuir a Crónica pelos professores presentes
ou fornecer endereço para leitura electrónica.
3.
Pedir, sugerir, nalguns casos, de acordo com as
pedagogias mais em voga, para não ferir susceptibilidades dos presentes, tal
como em muitas salas de aula, implorar encarecidamente uma leitura silenciosa e
atenta.
4.
Leitura em voz forte – não confundir com voz
alta – ninguém precisa de subir para as cadeiras ou mesas. Sugere-se uma
leitura bem expressiva e que todos
entendam.
5.
Leitura dramatizada da crónica em análise, em
diversas fases:
Como um relato de futebol; como locutor de telejornal; com raiva; do
princípio para o fim; do fim para o princípio; como discurso de estado.
Note bem: Só deverá sugerir
uma leitura em modo de presidente da república, se tiver a garantia de que
todos ingeriram uma dose extra de cafeína, senão correm-se sérios riscos de
adormecimento, nalguns casos, mais raros, pode ocorrer coma induzido.
6.
Identifique (sublinhe) algumas das passagens da
Crónica em análise.
7.
Passe-a a texto com o título: Piratas. Aconselhamos que não defina
nem identifique quem são os piratas, deixe essa tarefa para os seus
companheiros de leitura. Sugestão de texto:
PIRATAS
“Porquê alistarmo-nos na marinha, se podemos ser piratas?”
Steve
Jobs, citado por Santana Castilho
“Nuno Crato,
Poiares Maduro e os autarcas experimentalistas trataram a Educação como se
fosse uma grande rotunda e os
professores como pacientes sujeitos
a raio X: quietinhos, não respirem,
já está!
(…) municipalização da Educação. O processo
teve a clareza de um pântano. O documento são 28 páginas de verbo magro e
matreirice gorda.
(…) só falta privatizar o Galo de Barcelos.
(…) Várias cláusulas da proposta de contrato
são ilegais, porque desrespeitam o regime de autonomia, administração e
gestão das escolas públicas, fixado em três diplomas (DL n.º 75/2008, de 22 de
Abril, DL n.º 224/2009, de 11 de Setembro, e DL n.º 137/2012, de 2 de Julho).
(…) Pelo
escândalo que gerou, caiu o convite escabroso para que as câmaras cortassem
professores, até ao limite máximo de 5% do número considerado necessário, a
troco de 12.500 euros por docente abatido. Mas porque os agiotas não dormem em serviço, a Cláusula 40.ª ampliou o
cinismo da poupança a todos os recursos educativos e regulamenta a partilha de
50% dos despojos. Chamam-lhe “incentivos à
eficiência”.
(…) O pessoal
não docente passa a ser gerido pelas autarquias (Cláusula 19.ª), abrindo-se a
porta à utilização do mesmo em qualquer serviço camarário.
(…) A Cláusula
39.ª favorece a desvirtuação do trabalho
pedagógico sério em benefício dos resultados nos exames.
(…) E o empreendedorismo voluntarista que as
autarquias podem iniciar com a decisão
sobre 25% dos curricula já esboçou os primeiros sinais com o presidente da
Câmara de Óbidos a anunciar Filosofia para os alunos do 1.º ciclo do básico,
yoga para os do jardim-de-infância e golfe e eco design para os do
secundário.
(…) Serão
poucos os que guardarão memória do Guião para a Reforma do Estado, apresentado
pelo vice-primeiro-ministro (…) o documento teve o mérito de fixar em escrita
uma agenda de entrega ao mercado das mais importantes funções sociais do
Estado, sendo as propostas para a
Educação o paradigma claro da intenção de utilizar fundos públicos para
financiar negócios privados: criação
de escolas concessionadas, instituição do cheque-ensino e reforço dos contratos
de associação.
(…) Os pressupostos fixados na proposta de
delegação de competências em apreço, cruzados com as intenções que já foram
anunciadas quanto ao cheque-ensino, poderão
repetir no país o que se verificou na Suécia, com a criatividade activa dos
grupos económicos a explorarem o negócio até que, anos volvidos, se reconheça a
sua falência.”
8.
Concluímos que a Crónica ao contrário da Notícia
e da Reportagem não pretende informar, mas sim “reflectir sobre o acontecido”,
por isso, é chegado o momento de pedir a todos que, mais uma vez, leiam na
íntegra o texto de Santana Castilho e meditem muito e bem na reflexão
feita a propósito da privatização, desculpem, municipalização da educação.
9.
É possível que oiça alguns comentários do
género: Não há nada a fazer; e o que é que podemos fazer? Ou a clássica
pergunta: Que fazer!
Aos derrotistas e conformados nem vale a pena responder, não perca o seu
precioso tempo com esta “gentalha”, por eles e com eles ainda hoje viveríamos
na escravatura. Nada fazem, nunca fizeram, nem farão, são os mortos vivos que
emporcalham qualquer ambiente. Aos outros, não dê uma resposta óbvia, muitos
anos de cultura salazarista leva-os a procurar sempre um guia, um iluminado,
não entre no jogo, o seu objectivo é pô-los a pensar, a discutir, a procurar
soluções. Para terminar lembre-lhes uma frase do “nosso” Padre António Vieira:
“Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só
existimos nos dias em que fazemos. Nos
dias em que não fazemos, apenas duramos.”
Ita est!
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