O mata-professores e a
questão ideológica – Parte 2 de 4.
Quem anda pela escola, ou vai à escola, nem que seja só como
encarregado de educação, sabe que um dos elementos estratégicos fundamentais
para o funcionamento de um bom conselho de turma é o director de turma. É
fundamental, reforçar, melhorar e até alterar as competências e capacidade de
intervenção dos que desempenham este cargo. As tarefas, muitas delas
burocráticas e inúteis que tem hoje o DT, precisam de ir para o lixo e
atribuir-lhe sim, novas e inovadoras tarefas de gestão pedagógica, para
conseguir isso, o tempo da direcção de turma é mais que escasso. A liderança
cuidada e pedagógica de uma direcção de turma implica tempo, grande
disponibilidade física e psicológica. Para pensar e actuar diferente o
professor coordenador da turma precisa, e todos sabemos que precisa muito, de
mais tempo, muito mais tempo. Que fez o amanuense da troica para a educação,
retirou tempo à direcção de turma, com o argumento falacioso, disse-o, há dias
no parlamento: “Os professores precisam de se dedicar à sua tarefa essencial”.
Sem dúvida, os docentes devem dedicar-se à sua tarefa fundamental, mas não
deste modo. Crato sabe, pelo menos, até agora, isso aconteceu, que todas as
tarefas continuarão a ser cumpridas, com sacrifício da vida pessoal de muitos e
muitas que na sua cegueira zombie continuarão a alimentar o monstro que as
destrói. Mas, até quando, mesmo as “doninhas serviçais” aguentarão sem
“rebentar” ou pestanejar tal trabalho escravo?!
Um dos problemas das escolas, um grande inimigo da qualidade
de ensino, é a indisciplina, normalmente, repito normalmente, porque há sempre
excepções à regra, o número elevado de alunos em algumas turmas só contribui
para ampliar e quase tornar incontrolável este problema. Pois, em relação a
esta matéria, que fez sua excelência, pensando nos números, talvez, só em
números de euros, desviados para pagar juros da dívida, achou que a medida
devia ser combatida e, como? Aumentando o número de alunos por turma, uma
medida de se lhe tirar o chapéu, se pensarmos nas muitas escolas espalhadas
pelo país, dá menos umas quantas turmas, logo menos uns quantos horários, logo
menos uns quantos professores a contratar. Uma medida de poupança que o outro
de falinhas mansas e falsas agradece, a troica nem esperaria tanto. A
indisciplina, com medidas destas aumentará, não tenhamos qualquer dúvida,
aliás, nas barracas onde dei aulas no último ano lectivo, nem sei se cabem 30
alunos. Se calhar à camada, na volta ainda ganharemos uns euros com a ideia se
a exportarmos para a Alemanha ou para a China.
Sem comentários:
Enviar um comentário