Se as Portas se fecham irrevogavelmente ou não, se um palhaço
sai ou entra, se quem ganhou foi o Porteiro ou o Coelho? Como entraram e saíram
da sala de reuniões, se o governo fica mais forte ou mais fraco. Da ausência de
credibilidade, afinal quem é melhor para gerir a austeridade: As Portas irrevogavelmente
abertas para o tudo e para o nada; o Coelho amanuense e fiel às florestas
alemãs; um Inseguro seguramente ávido de poder seguir as pisadas dos antecessores.
Se o milhafre de Belém voa, ou se sobrevoa os despojos dos pós-troica é
irrelevante. Relevante, central e absolutamente seguro é não podermos confiar e
nem nenhuns destes dependentes do dinheiro da política porque há muito juraram
fidelidade aos bancos, ao sistema financeiro e seus confrades. Fielmente
assessorados pelos inúmeros e ignaros “Corvos” que diariamente poluem as
televisões, gastando horas para nos adormecerem, sem uma novidade, sem uma
saída para a crise. Por estes dias, as televisões transformaram-se numa espécie
de “ Fungagá da Bicharada”, onde de tantos sons de nada, sai poluição sonora. E
das questões centrais, as fundamentais, ninguém quer falar, raros são os que as
querem discutir: Pagar ou não pagar a
dívida dos bancos e dos banqueiros? Será possível pagar a dívida actual? Quem a paga,
com que dinheiro? De que nos
serve a Europa? O euro faz-nos
falta ou é um empecilho? Parafraseando o que se passou na Islândia: Queremos uma democracia ou um sistema financeiro?
Se o povo é soberano por que não o
ouvem sobre estas e outras matérias?
Não tenho a ilusão vã de pedir a estes senhores que se
demitam, apenas e só conclamo todos os cidadãos, todos os democratas e
patriotas deste país, a unirem-se e a lutarem por todas as formas e por todos
os meios contra este governo de traidores à pátria.Se outros conseguiram, nós também conseguiremos, e é na sequência disso que vos sugiro a leitura do livro de Marc-Pierre Dylan : O PAÍS QUE NÃO RESGATOU OS SEUS BANCOS - Como a Islândia está a superar a crise sem ficar refém do sistema financeiro.
“No momento em que o
mundo assiste a uma das mais graves crises económicas e sociais, um país com
pouco mais de 310 000 habitantes mostrou às potências europeias como a
soberania popular ainda é a verdadeira força da mudança. Saindo às ruas, os
seus cidadãos lutaram pelos seus direitos e por se fazerem ouvir, negando-se a
aceitar as decisões governamentais. Criaram toda uma forma de enfrentar a vida
e a política.
Ólafur Ragnar
Grímmsson, atual presidente da Islândia, afirmou: “ As condições de pagamento
da dívida são muito injustas, os islandeses vão ter de carregar com uma dívida
que são os bancos que têm o dever de assumir”. E depois convocou um referendo
em que os islandeses escolheram por esmagadora maioria o “não” ao pagamento da
dívida. Grímsson disse ainda: A Islândia é uma democracia, não um sistema
financeiro!”
Por tudo isto, o futuro
da Islândia é sem dúvida diferente do dos restantes países da Europa. O povo
saiu à rua para reclamar a soberania que lhe tinha sido arrebatada por
interesses partidários e empresariais.
Este movimento do povo
islandês ficou conhecido como A “Revolução Silenciosa”. Graças a ela, agora são
os cidadãos que comandam o seu destino e os políticos articulam organicamente
os desejos da maioria e não o contrário.”
Sem comentários:
Enviar um comentário