Foto: Luís Sérgio |
Inspirado no” menino de sua mãe” de Fernando Pessoa, aqui vos deixo, um
grito de dor, lamento, por um povo subjugado e silenciado pelas gargalhadas das
hienas do mais desenfreado capitalismo.
Ressuscitará?
No
cantinho europeu abandonado
Que a troica bruta arrefece,
por portas e coelhos ultrajado
facínoras, de lado a lado,
Jaz obediente, e prostrado.
Que a troica bruta arrefece,
por portas e coelhos ultrajado
facínoras, de lado a lado,
Jaz obediente, e prostrado.
Um povo
sem sangue.
De braços estendidos,
à fome, mendigando, exangue,
Fita com olhar langue
e cego, os céus perdidos.
De braços estendidos,
à fome, mendigando, exangue,
Fita com olhar langue
e cego, os céus perdidos.
Que
povo! Que povo era!
(agora que (in) dignidade tem?)
Povo único, a mãe lhe dera
um nome e o mantivera:
«Lusitano.»
(agora que (in) dignidade tem?)
Povo único, a mãe lhe dera
um nome e o mantivera:
«Lusitano.»
Caiu-lhe
da algibeira
a última migalha breve.
Dera-lhe o FMI. Está inteira
E boa a migalha.
a última migalha breve.
Dera-lhe o FMI. Está inteira
E boa a migalha.
(Um
qualquer rato a comerá)
Ele é que já não serve.
Ele é que já não serve.
De
outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço para dizer adeus…
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço para dizer adeus…
deu-lho
a chanceler estouvada
que de porco o batizou.
que de porco o batizou.
Lá
longe, no BCE, há a prece:
“Que pague cedo, e bem!”
(Malhas que Belém tece!)
Jaz morto e apodrece
O Lusitano povo.
“Que pague cedo, e bem!”
(Malhas que Belém tece!)
Jaz morto e apodrece
O Lusitano povo.
Ressuscitará?
Será que
se levantará,Contra os filhos da mãe?
Caro Luís Sérgio, eu nuca acreditei em ressurreições... nem com o novo Papa! Mas não é dessas que falas no tua escrita poética - que aqui quero louvar - mas sim de outras, talvez mais importantes!
ResponderEliminarMas continuo cético (ou céptico) e só vendo. Como costumo dizer, e para responder à tua questão, talvez só quando começar a pensar com o estômago!!!
Grande abraço e boas féria!
Caro Armando,
ResponderEliminarInfelizmente, parece-me que tens razão, este povo só acordará no dia em que quiser comer e nada tiver ... até lá vai-se iludindo, pensando que os problemas só são do vizinho.
Grande abraço,
e mais uma vez boas férias!
Luís Sérgio